Indicados de Lula para o Banco Central são aprovados no Senado; veja os nomes

A votação marca um passo importante na consolidação da equipe de Lula na autoridade monetária.

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Publicado em 10/12/2024 às 14:57h - Atualizado 12 horas atrás Publicado em 10/12/2024 às 14:57h Atualizado 12 horas atrás por Matheus Rodrigues
Durante a audiência, os indicados reafirmaram o compromisso com o objetivo central do BC (Imagem: Shutterstock)
Durante a audiência, os indicados reafirmaram o compromisso com o objetivo central do BC (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal deu sinal verde para os três novos indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrarem a diretoria do Banco Central (BC).

A votação marca um passo importante na consolidação da equipe de Lula na autoridade monetária, reforçando seu impacto nas decisões econômicas do país.

Quem são os novos diretores aprovados

Os nomes aprovados incluem Nilton David, atual chefe de operações de tesouraria do Bradesco, para a diretoria de Política Monetária; Gilneu Vivan, servidor de carreira do BC, para a diretoria de Regulação; e Izabela Correa, também servidora do BC, para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

Os votos da CAE foram expressivos: David recebeu 22 votos a favor e 5 contra; Vivan foi aprovado por 23 votos a 4, e Correa por 24 votos a 3.

Agora, as indicações seguem para a votação no plenário do Senado, que dará o aval final para que os indicados assumam os cargos a partir de janeiro de 2024.

Compromisso com o centro da meta de inflação

Durante a audiência, os indicados reafirmaram o compromisso com o objetivo central do Banco Central: manter a inflação dentro da meta estabelecida, atualmente em 3% ao ano.

Izabela Correa destacou a importância de um alinhamento claro e firme com esse objetivo, enquanto Nilton David alertou sobre os desafios impostos pela desancoragem das expectativas inflacionárias, exigindo ações firmes, porém ponderadas.

David também enfatizou que intervenções no câmbio precisam ser cuidadosamente avaliadas para evitar efeitos colaterais indesejados.

Já Vivan destacou que, embora as contas públicas sejam uma variável relevante, o foco do BC permanece na meta de inflação, garantindo a eficácia das políticas monetárias.

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Impacto político e econômico

Se confirmados pelo Senado, os novos diretores vão reforçar a influência do governo Lula no Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano.

Com a aprovação, Lula passará a ter indicado sete dos nove membros do Copom, fortalecendo sua presença em um órgão historicamente crítico à política econômica do governo.

A nomeação de Nilton David, que ocupará a vaga de Gabriel Galípolo, é particularmente estratégica.

Galípolo foi aprovado para assumir a presidência do BC em janeiro, sucedendo Roberto Campos Neto.

Com a autonomia do BC sancionada em 2021, os diretores possuem mandatos fixos e não coincidem com o do presidente da República, o que dá maior estabilidade às políticas econômicas, mas não elimina as pressões políticas.

Perfil dos indicados

Os indicados possuem currículos robustos e trajetórias sólidas em suas áreas de atuação:

  • Nilton David: Graduado em Engenharia de Produção pela USP, atuou em instituições como Morgan Stanley e Citi antes de ingressar no Bradesco em 2019.
  • Gilneu Vivan: Mestre em Economia pela UnB, é servidor do BC desde 1994, com ampla experiência no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro.
  • Izabela Correa: Doutora em Governo pela London School of Economics, é servidora do BC desde 2006 e atualmente exerce o cargo de secretária de Integridade Pública na CGU.

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O que esperar daqui para frente

A aprovação dos novos diretores ocorre em um momento de alta relevância para a política monetária brasileira.

O próximo passo será a votação no plenário do Senado, que definirá se os indicados poderão assumir suas funções no BC. Caso aprovados, eles terão a missão de equilibrar expectativas do mercado, responsabilidade fiscal e os objetivos de política econômica do governo federal.

📈 Com essas mudanças, o Banco Central entra em uma nova fase, com maior influência do atual governo, mas mantendo a autonomia garantida por lei.