Governo se prepara para receber mais de R$ 24 bi em dividendos; recorde histórico

💲 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara-se para realizar um repasse histórico ao Tesouro Nacional, com valores que devem superar o lucro registrado pela instituição em 2023.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (13) pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2024.

No ano passado, o BNDES reportou um lucro líquido de R$ 21,9 bilhões, dos quais R$ 15 bilhões já haviam sido destinados ao Tesouro Nacional como dividendos.

Contudo, segundo Mercadante, o total a ser transferido neste ano poderá alcançar impressionantes R$ 24,5 bilhões, estabelecendo um novo recorde para a instituição.

Esse valor inclui dividendos adicionais, impostos e a antecipação de parcelas de um acordo firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU), referente a dívidas acumuladas entre 2008 e 2014.

"O valor que iremos transferir ao Tesouro é mais de 100% do nosso lucro de 2023. Isso representa uma contribuição significativa para o esforço de alcançar a meta de superávit primário estabelecida pelo governo", afirmou Mercadante.

Ele destacou ainda que essa transferência é realizada com segurança, respeitando as capacidades financeiras do banco, e que faz parte do apoio do BNDES às iniciativas do Ministério da Fazenda para reequilibrar as contas públicas.

Em relação ao desempenho do BNDES no segundo trimestre de 2024, o banco registrou um lucro contábil de R$ 8,1 bilhões, posicionando-se como o terceiro maior resultado entre os bancos que já divulgaram seus balanços no período, atrás apenas de Itaú e Banco do Brasil.

💰 "Nossa estrutura é enxuta, com 2.450 funcionários, comparada aos 90 mil dos grandes bancos comerciais. Esse resultado robusto foi essencial para viabilizar os repasses ao Tesouro", explicou Mercadante.

Além dos resultados financeiros, Mercadante ressaltou a importância de diversificar as operações do banco.

Ele mencionou a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), um novo instrumento financeiro que deverá gerar cerca de R$ 10 bilhões em crédito novo para a indústria nacional, sem pressionar o Tesouro.

O presidente do BNDES também destacou a relevância do Fundo Clima, destinado à descarbonização da economia, e alertou para a necessidade urgente de reestruturar o financiamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que enfrenta desafios financeiros crescentes.