Governo Lula barra participação dos EUA em encontro “Democracia Sempre” em NY

A decisão foi revelada pela Folha de S. Paulo neste sábado (20) e confirma o distanciamento diplomático entre Brasília e Washington.

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Publicado em 20/09/2025 às 18:18h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 20/09/2025 às 18:18h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
O encontro é organizado por Brasil, Espanha, Uruguai, Colômbia e Chile (Imagem: Shutterstock)
O encontro é organizado por Brasil, Espanha, Uruguai, Colômbia e Chile (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Brasil vetou a participação dos Estados Unidos na reunião “Democracia Sempre”, marcada para a próxima terça-feira (23), em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.

A decisão foi revelada pela Folha de S. Paulo neste sábado (20) e confirma o distanciamento diplomático entre Brasília e Washington.

O encontro é organizado por Brasil, Espanha, Uruguai, Colômbia e Chile, e acontece pelo segundo ano consecutivo de forma paralela à Assembleia da ONU.

Em 2024, quando a reunião foi promovida apenas por Brasil e Espanha, cerca de 30 países participaram, incluindo os próprios Estados Unidos.

Reforço ao discurso democrático

De acordo com integrantes do governo, apenas países considerados democráticos receberam convite.

Fontes ouvidas pelo jornal apontaram que, para o Planalto, o governo de Donald Trump representa justamente aquilo que o grupo busca combater, o que justificaria o veto.

O objetivo do encontro é debater formas de preservar e fortalecer as instituições democráticas em meio ao avanço de governos autoritários e crises políticas em várias regiões do mundo.

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Tensões crescentes com Washington

A decisão ocorre em meio a um quadro de deterioração das relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Em julho, Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, alegando “relação comercial injusta” e usando como justificativa a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um artigo no The New York Times criticando diretamente a medida.

No texto, Lula argumentou que tarifas não são a solução para disputas comerciais e reiterou o compromisso brasileiro com o multilateralismo e com organismos internacionais.

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Sem diálogo imediato

Segundo apuração do Estadão/Broadcast, o governo brasileiro não pretende buscar, neste momento, uma reunião bilateral para discutir as tarifas ou o impacto delas sobre a relação entre os dois países.

📊 O foco do Planalto está em consolidar alianças com outros parceiros estratégicos e reforçar sua imagem como defensor da democracia em fóruns multilaterais.