Governo estuda mecanismo para reduzir volatilidade do dólar

Segundo Haddad, este seria um instrumento do Tesouro para atrair investimentos externos

Author
Publicado em 02/01/2024 às 17:06h - Atualizado 6 meses atrás Publicado em 02/01/2024 às 17:06h Atualizado 6 meses atrás por Marina Barbosa
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista (Divulgação)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista (Divulgação)

O Ministério da Fazenda pretende criar um mecanismo para reduzir a volatilidade do dólar, de olho na atração de investimentos externos. Foi o que disse o ministro Fernando Haddad, em entrevista ao jornal O Globo.

🗨️ Haddad comentou sobre a intenção de ajustar a política cambial ao ser questionado sobre as prioridades da Fazenda para este ano de 2024. Ele disse que o objetivo é "implementar um projeto para diminuir a volatilidade do dólar, um instrumento do Tesouro para atrair investimentos externos, uma espécie de hedge cambial, associado a projetos de transformação ecológica".

Leia também: Boletim Focus: Mercado reduz expectativa para a inflação de 2024

Segundo a colunista de O Globo Miriam Leitão, o que está em estudo no governo é a criação de um mecanismo que que evite grandes oscilações da moeda e não uma espécie de cotação artificial. O projeto estaria sendo estudado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e pelo diretor do Banco Central e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.

💵 O ministro não deu mais detalhes sobre o projeto cambial, mas lembrou em outro trecho da entrevista que o câmbio teve um bom desempenho em 2023. O dólar fechou o ano passado aos R$ 4,85, com queda de 8,20%. O mercado, no entanto, espera que a moeda volte a subir e feche este ano de 2024 aos R$ 5.

Fiscal

Além da questão cambial, Haddad apontou outras duas prioridades para 2024: a regulamentação da reforma tributária e o acompanhamento das medidas necessárias para o cumprimento do arcabouço fiscal.

O governo tem uma meta de déficit zero em 2024. Porém, tem tentado elevar a arrecadação para poder cumprir essa meta fiscal.

"Estamos tomando medidas para cumprir a meta. Agora, mexemos pela primeira vez com muitas leis e há projeções de receita que demandam tempo para se medir os efeitos. O arcabouço vai ser cumprido como planejado", comentou Haddad.

Reforma tributária

Sobre a reforma tributária, Haddad indicou que os esforços devem focar na regulamentação da reforma aprovada em 2023, que trata da tributação do consumo. Isso indica, então, que a segunda etapa da reforma tributária, que trata do IR (Imposto de Renda), pode ficar para 2025.

🗓️ "O desafio de aprovar em 2024 a reforma do IR é que, como temos eleições municipais, há um problema de janela, que vai ter que ser avaliado pela política. A regulamentação do consumo precisa ser votada primeiro, até porque em 2026 ela já entra em vigor", declarou Haddad.