Dividendos no Brasil caem 9% em 2024 com destaque para Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)

O grande responsável por esse recuo foi o setor de mineração, com destaque para a Vale (VALE3), que viu seus dividendos encolherem no período.

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Publicado em 06/03/2025 às 18:37h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 06/03/2025 às 18:37h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Rodrigues
No caso da Vale, a empresa distribuiu US$ 4,2 bilhões aos seus acionistas (Imagem: Shutterstock)
No caso da Vale, a empresa distribuiu US$ 4,2 bilhões aos seus acionistas (Imagem: Shutterstock)

💲 Os dividendos distribuídos por empresas brasileiras tiveram uma queda de 9% no último ano, refletindo um cenário global de ajustes no pagamento aos acionistas.

O grande responsável por esse recuo foi o setor de mineração, com destaque para a Vale (VALE3), que viu seus dividendos encolherem diante da volatilidade no mercado de commodities.

No entanto, enquanto a mineradora recuou, a Petrobras (PETR4) voltou a figurar entre as maiores pagadoras de dividendos do mundo, consolidando sua relevância no cenário internacional.

Segundo levantamento da gestora Janus Henderson, o setor de mineração e transporte teve o pior desempenho global em termos de distribuição de dividendos, contribuindo com uma redução de US$ 26 bilhões em relação ao ano anterior.

No caso da Vale, a empresa distribuiu US$ 4,2 bilhões aos seus acionistas, um volume expressivo, mas inferior ao de períodos anteriores.

Por outro lado, a Petrobras (PETR4) se destacou positivamente e retomou sua posição de destaque no ranking global, ocupando o 14º lugar entre as maiores distribuidoras de dividendos do planeta.

A estatal brasileira pagou impressionantes US$ 10,8 bilhões aos seus acionistas, impulsionada por sua forte geração de caixa e pelo elevado preço do petróleo nos mercados internacionais.

Panorama global: dividendos atingem novo recorde

No cenário internacional, os dividendos pagos pelas empresas ao redor do mundo alcançaram um recorde de US$ 1,75 trilhão em 2024, um crescimento de 6,6% em relação ao ano anterior.

Esse avanço, no entanto, poderia ter sido ainda maior se não fosse o impacto negativo da valorização do dólar e a redução de dividendos especiais pontuais.

➡️ Leia mais: Petrobras (PETR4) volta a lista de maiores pagadoras de dividendos do mundo; confira

Os Estados Unidos e o Japão foram os grandes destaques do período, com desempenhos acima do esperado no último trimestre do ano passado.

No total, 17 dos 49 países analisados bateram recordes históricos na distribuição de dividendos, incluindo mercados desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, França, Japão e China.

Novas empresas impulsionam o crescimento dos dividendos

Um fator determinante para o crescimento global dos dividendos foi a entrada de gigantes da tecnologia nesse segmento. Empresas como Meta (M1TA34), Alphabet (GOGL34) e Alibaba (BABA34) começaram a remunerar seus acionistas com pagamentos consistentes, adicionando US$ 15,1 bilhões ao montante total distribuído globalmente.

Somente essas três companhias foram responsáveis por um quinto do crescimento mundial dos dividendos em 2024.

Além do setor de tecnologia, o setor financeiro também foi um dos motores dessa expansão, com os bancos aumentando seus pagamentos em 12,5% na base comparável.

Setores como telecomunicações, seguros, construção civil e bens de consumo também registraram avanços expressivos, reforçando a resiliência dos dividendos em um cenário econômico desafiador.

O que esperar para 2025?

💰 A perspectiva para o próximo ano segue positiva. De acordo com as projeções da Janus Henderson, os dividendos globais devem crescer 5,0% em 2025, alcançando um novo recorde de US$ 1,83 trilhão.

A expectativa é de que, mesmo com a volatilidade dos mercados, os pagamentos se mantenham robustos, impulsionados principalmente pelo fortalecimento do setor financeiro e pelo amadurecimento das grandes empresas de tecnologia.

Para os investidores, a mensagem é clara: os dividendos seguem como uma estratégia relevante para a construção de patrimônio no longo prazo.

No Brasil, Petrobras e Vale continuam sendo peças-chave nesse cenário, e suas políticas de distribuição de lucro serão determinantes para os rendimentos dos acionistas em 2025.

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