Copom e Fed: O que esperar da 1ª Super Quarta de 2025?
Às 10h (horário de Brasília), o dólar caía 0,41%, cotado a R$ 5,8447.
O Copom (Comitê de Política Monetária) e o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) anunciarão nesta quarta-feira (29), conhecida como Super Quarta, suas decisões sobre as políticas monetárias. Além da definição das taxas de juros, os membros dos comitês também darão detalhes sobre as expectativas para as próximas reuniões.
🏦 No caso da taxa básica de juros, a Selic, a expectativa é de que o Copom vote por um aumento de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 13,25% ao ano. Em dezembro, o Banco Central sinalizou a possibilidade de mais dois aumentos de 1 ponto percentual cada um ainda em 2025, o que significa que a taxa de juros no Brasil pode chegar a 14,25% em março.
"Esperamos elevação da meta Selic em 100 bps para 13,25%, por decisão unânime, na reunião de 29/01, em consonância com a sinalização dada pelo Copom na última reunião, reforçada por declarações de Galípolo em dezembro, quando disse que a barra é alta para fazer qualquer mudança no guidance", afirmou Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos.
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Para Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos e sócio da The Hill Capital, o cenário de aumento de 1% está bem precificado muito em função da última reunião do Copom em que isso já foi sinalizado em comunicado.
"Os dados mais recentes de inflação estão vindo piores na margem, o núcleo de serviços também. Estamos vendo piora das expectativas de inflação e, com isso, todo mundo está precificando juros mais altos lá na frente. Em março, devemos ter um aumento de mais 1 ponto percentual e depois mais dois aumentos de 0,5% cada, chegando em 15,25% e ficando estável", explica o especialista.
💭 Nessa mesma linha de raciocínio, a decisão do Copom deve ser encarada como uma resposta à alta taxa de inflação, conforme avalia Johnny Mendes, especialista em Finanças e professor da Faculdade ESEG. "Esse cenário deverá persistir na próxima reunião do Copom, que deve dar continuidade à política monetária restritiva para combater a inflação elevada, ainda acima do limite superior da meta. Atualmente, o mercado projeta que a inflação feche o ano de 2025 em 5,50%."
Já do lado de lá, a expectativa é de uma parada técnica. "Nos EUA, após o corte de 1 ponto percentual realizado desde setembro do ano passado, espera-se uma parada técnica, com o intervalo para as taxas dos Fed funds ficando entre 4,25 e 4,5%. Já no Brasil, seguindo o que foi anunciado pelo Copom em dezembro, a expectativa é que vamos ter mais um aumento de 1 ponto porcentual, levando a Selic para 13,25%", avaliou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Como ficam os investimentos
Nesse cenário, Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, acredita que ativos ligados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ainda são interessantes, especialmente para prazos mais longos.
“A proteção contra a inflação continua sendo um atrativo, na minha visão, principalmente quando as taxas oferecidas nos títulos do governo estão em níveis acima de 7% ao ano. Isso proporciona ao investidor não só a proteção da variação da inflação, mas também um retorno real consistente ao longo do tempo. Para quem busca mais segurança, títulos atrelados ao IPCA tendem a ser uma escolha mais coerente”, diz.
Já Carolina Bohnert, especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, acredita que vale o investidor alocar em investimentos pós-fixados.
“Com a tendência de elevação de juros, os ativos que mais se beneficiam neste cenário, na minha visão, são os ativos pós-fixados. Os investidores podem acessar esses ativos através do Tesouro Selic, CDB LCA , fundos de investimentos de renda fixa e outros títulos emitidos por empresas”, comentou.
💸 Agora, se o investidor está disposto a assumir mais riscos em busca de maior retorno, o crédito privado pode ser mais adequado. “Se a segurança e a liquidez são as prioridades, penso que o Tesouro Selic é uma escolha mais prudente”, complementou Carolina.
No entanto, Josias Bento, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, acredita que, para quem tem um horizonte mais longo, os ativos IPCA+ podem ser uma boa solução para quem vai investir entre 5 e 10 anos.
“É importante levar o título até o vencimento, pois vai sofrer com as marcações à mercado no período”, diz. Segundo ele, o prefixado para 2027 também está bem atrativo em termos de taxa, que deve subir mais, e os IPCA+ para 2035 e 2045 são outra boa oportunidade de alocação.
E como reage o dólar
O dólar apresentou uma queda de 0,41% às 10h (horário de Brasília), sendo negociado a R$ 5,8447. No dia anterior, a moeda norte-americana já havia fechado em baixa de 0,73%, atingindo R$ 5,8690, o menor patamar desde novembro. Esse desempenho resulta em uma queda acumulada de 0,83% na semana, além de um recuo de 5,03% no mês e no ano.
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