Com 2,2% em janeiro, inflação da Argentina cai para menos de dois dígitos

Venezuela reassumiu posto de maior alta de preços da América do Sul

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Publicado em 14/02/2025 às 09:54h - Atualizado 25 dias atrás Publicado em 14/02/2025 às 09:54h Atualizado 25 dias atrás por Wesley Santana
(Imagem: Supermercado na Argentina)
(Imagem: Supermercado na Argentina)

A inflação da Argentina teve o seu melhor mês dos últimos cinco anos, mostram dados do Índice de Preços ao Consumidor. Segundo as informações divulgadas na quinta-feira (13), o aumento dos preços terminou em 2,2% em janeiro. 

🛒  Esse resultado representa uma queda em relação ao número de dezembro, quando o IPC terminou em 2,7%. No entanto, mais do que isso, no acumulado de doze meses, o número ficou abaixo de 100% pela primeira vez desde 2023. 

A baixa da inflação foi uma das campanhas políticas do atual presidente Javier Milei que conduziu um ajuste econômico bastante agressivo. Ele paralisou obras, retirou subsídios e interrompeu o repasse de dinheiro para as províncias.

Com isso, o governo conseguiu reduzir as contas públicas e alcançar superávits econômicos. Para os próximos meses, os analistas acreditam que a inflação deve seguir neste mesmo ritmo de queda ou um pouco acima do que foi reportado em janeiro.

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Veja os dados mensais de inflação na Argentina

  • Janeiro/23: 20,6%
  • Fevereiro/23: 13,2%
  • Março/23: 11%
  • Abril/23: 8,8%
  • Maio/23: 4,2%
  • Junho/23: 4,6%
  • Julho/23: 4%
  • Agosto/23: 4,2%
  • Setembro/23: 3,5%
  • Outubro/23: 2,7%
  • Novembro/23: 2,4%
  • Dezembro: 2,7%
  • Janeiro/24: 2,2%

A Motoserra de Milei

🪚 Quando Milei foi eleito, um dos principais problemas do país vizinho era a inflação que chegava aos três dígitos. Entre suas primeiras medidas, a retirada de subsídios diminuiu o déficit das contas públicas e começou a dar um fôlego ao governo. 

Além desta, também houve a abertura da economia argentina para importações e exportações. No fim, tudo isso provocou um efeito positivo na inflação que vem diminuindo ao longo do tempo.

No entanto, os mais impactados pelas medidas foram os argentinos mais pobres que se viram sem dinheiro para comprar o básico. Segundo dados oficiais do governo federal, a população abaixo da linha da pobreza passou de 41,7% para 52,9% desde quando Milei assumiu a presidência.

Houve também um impacto para os aposentados e pensionistas, que, no mesmo momento em que viam os preços subindo, tiveram poucas recomposições. O fim do subsídio às contas de água e luz, por exemplo, fez a inflação disparar para 25,5%, o que deixou a Argentina com a maior alta dos preços da América do Sul, superando a Venezuela. 

"A eliminação dos subsídios de luz e gás geraram um aumento muito grande em contas essenciais para famílias e comerciantes. Isso gerou um repasse nos preços e pressão sobre toda a inflação", explicou Carlos Bermani, professor de economia da Universidade de Buenos Aires (UBA), em entrevista ao G1.