China nega negociações comerciais com os EUA

O presidente Trump disse que autoridades americanas conversam “todos os dias” com representantes da China.

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Publicado em 24/04/2025 às 09:05h - Atualizado Agora Publicado em 24/04/2025 às 09:05h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
A China já disse que a "porta ficará escancarada" para as negociações. (Imagem: Shutterstock)
A China já disse que a "porta ficará escancarada" para as negociações. (Imagem: Shutterstock)

🗣️ Nesta quinta-feira (24), a China negou que existam negociações comerciais em andamento com os Estados Unidos, apesar das declarações do presidente Donald Trump, que indicou a existência de um canal de diálogo aberto e demonstrou otimismo quanto a um possível acordo para pôr fim à guerra tarifária.

"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.

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Na última quarta-feira (23), Trump disse que as mudanças nas tarifas dependem da China. “Mas nos damos bem. Eu me dou muito bem com o presidente Xi [Jinping], espero que possamos resolver isso aqui. Caso contrário, vamos estabelecer um preço e, com sorte, eles virão e vão contribuir. E, se não vierem, tudo bem”, disse em declaração a jornalistas na Casa Branca, em Washington D.C. (EUA).

💬 Quando questionado sobre negociações futuras, o presidente declarou que autoridades americanas conversam “todos os dias” com representantes da China e que há uma possibilidade de negociação. Apesar disso, Trump afirmou que as tarifas permanecerão até que a negociação seja concluída.

No mesmo dia, a China disse que a "porta ficará escancarada" para as negociações. “A atitude da China em relação à guerra tarifária lançada pelos EUA é bastante clara: não queremos briga, mas não temos medo dela. Se brigarmos, brigaremos até o fim; se conversarmos, a porta ficará escancarada”, disse o porta-voz da pasta, Guo Jiakun, em coletiva de imprensa.

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Em fevereiro, os Estados Unidos adicionaram uma taxa extra de 10% sobre os produtos importados da China, somando aos 10% já existentes. No dia 2 de abril, Trump anunciou as tarifas recíprocas, incluindo uma nova alíquota de 34% sobre produtos chineses, o que elevou a tarifa total aplicada à China para 54%.

Com a reação da China — que impôs uma tarifa equivalente de 34% sobre produtos norte-americanos — a Casa Branca decidiu intensificar a resposta, aumentando em mais 50% as taxas sobre os produtos chineses. Assim, as tarifas dos EUA sobre a China chegaram a 104%.

💰 Ao ser informada de que a China elevaria as tarifas contra os EUA para 84%, a administração Trump decidiu subir novamente a taxa contra os chineses, desta vez para 145%. "Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump em sua rede social.

Como resposta, a China elevou suas tarifas para 125% e além de dizer que as tarifas dos EUA se tornarão "piada" também afirmou que irá ignorar novas medidas. “Mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso deixará de fazer sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial”.

Já no dia 15 de abril, a Casa Branca informou que a China enfrenta tarifas de 245% sobre produtos que entram nos Estados Unidos. Segundo o governo norte-americano, a medida é uma resposta às ações retaliatórias do país asiático. Mais recentemente, Trump afirmou que as tarifas passarão por uma redução "substancial", embora não cheguem ao nível zero.