BCFF11 e BTHF11 podem virar um único FII, entenda
Proposta de fusão foi apresentada pelo BTG Pactual e recebe votos dos cotistas até a próxima segunda-feira (12).
O maior FoF (fundo de fundos) do Brasil pode deixar de existir em breve. É que uma proposta de fusão do BTG Pactual Fundo de Fundos Imobiliários (BCFF11) com o BTG Pactual Hedge Fund (BTHF11) está sob votação dos cotistas.
🏙️ A fusão foi proposta pelo BTG Pactual, administrador dos fundos, e recebe votos até a próxima segunda-feira (12). Se aprovada, levará à compra da carteira do BCFF11 pelo BTHF11, através de uma nova emissão de cotas, com a consequente liquidação do BCFF11.
Ao apresentar a proposta, o BTG Pactual disse que, "após uma análise profunda do mercado sob o cenário econômico atual", acredita que "a união dos dois Fundos proporcionará à gestão melhor condição de extração do melhor de cada um deles, trazendo muitos benefícios aos cotistas de ambos".
Por que unir os FIIs?
O BCFF11 é o primeiro, o mais líquido e o maior FoF do mercado brasileiro, em patrimônio e em quantidade de investidores. Com mais de 356 mil cotistas, o FII tem um patrimônio superior a R$ 1,9 bilhão e um volume de negócios médio de R$ 2,8 milhões por dia. Contudo, hoje é negociado com um desconto de aproximadamente 10% em relação ao valor patrimonial.
O BTG Pactual argumenta ainda que, "com o passar dos anos, novas estruturas foram surgindo, trazendo estruturas e políticas de investimento mais modernas, que permitiram mandatos mais versáteis na gestão".
"Mais recentemente, temos visto os FoF disputarem espaço em uma difícil concorrência com os FII Hedge Fund, ou Multiestratégia, que surgiram nos últimos anos como uma versão mais moderna, ou ainda, 'turbinada', dos FoF", disse.
Diante dessas novas possibilidades de investimento, o BTF criou o BTHF11 em 2023 "sob a mesma estrutura de gestão que o BCFF11, com um mandato mais versátil e moderno". O BTHF11 tem um patrimônio de R$ 578 milhões e mais de 14 mil cotistas.
O banco acredita, então, que os FIIs têm "muitas sinergias e virtudes subaproveitadas, algo que, para um mercado de grande concorrência, não pode ser negligenciado".
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Além disso, o BTG avalia que o atual cenário econômico, de juros altos por mais tempo e maior volatilidade nos mercados, restringe a emissão e novas cotas por grande parte dos FoF e Hedge Funds. Para o banco, esses fundos ficam limitados ao giro de posições para fazer caixa, "algo que, em muitos casos, nesse momento de grande desvalorizações não compensa".
Diante desse cenário, o banco entende que "a união das forças é um movimento natural" e propôs a fusão dos FIIs aos seus cotistas, dizendo que a operação pode maximizar o valor e o rendimento dos cotistas.
"Por um lado entra BCFF11, agregando com seu tamanho, tradição, visibilidade e liquidez, contemplados em uma grande carteira de posições em FII em diferentes estágios de maturação. Por outro lado entra BTHF11, um veículo mais moderno e versátil, com maior poder de diversificação, agilidade e adaptabilidade, com suas estruturas mais criativas e balanceadas, sob uma saudável combinação de FIIs e CRIs, esses últimos trazendo a previsibilidade e a segurança da renda fixa, tão necessários no atual momento", argumentou.
Fusão criaria maior hedge fund do mercado
💰A fusão criaria o maior hedge fund do mercado, com um patrimônio de R$ 2,4 bilhões, e levaria à listagem na bolsa do BTHF11, que hoje é negociado no ambiente de mercado de balcão da Cetip.
Além disso, o BTG prevê a redução das taxas de administração e gestão dos FIIs para 1,10% ao ano. Hoje, essa taxa é de 1,25% ao ano no caso do BCFF11 e de 1,15% ao ano no BTHF11.
No caso do BCFF11, o banco ainda projeta uma "valorização imediata de seu patrimônio", com os seguintes ganhos:
- aumento no rendimento na ordem de 11% a 16%;
- maior patamar de distribuição de resultados;
- apreciação da cota no mercado.
"Essa integração permitirá a construção de um portfólio de FIIs com custos ajustados ao mercado, abrindo espaço para operações com potencial de ganho de capital já no curto prazo", afirmou.
A proposta do BTG Pactual, contudo, precisa ser aprovada com quórum qualificado de 25% pelos cotistas de cada fundo. Cotistas podem votar até a próxima segunda-feira (12) pelo aplicativo do BTG ou pelo site da B3, no caso do BCFF11.
Se a fusão for aprovada, o BTHF11 deve fazer uma emissão de cotas para a compra dos ativos do BTHF11 em um prazo de 14 dias. Depois de 21 dias, a negociação dos fundos seria suspensa, para que o BTHF11 fosse listado na B3 e o BCFF11 fosse liquidado em mais cinco dias. Neste caso, os cotistas do BCFF11 receberiam cotas do BTHF11.
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