Argentina desvaloriza peso, corta gastos e amplia benefícios sociais

O primeiro pacote econômico do governo de Javier Milei prevê medidas emergenciais, para reduzir inflação e o déficit fiscal

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Publicado em 12/12/2023 às 20:58h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 12/12/2023 às 20:58h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Dólar e pesos argentinos (Shutterstock)
Dólar e pesos argentinos (Shutterstock)

A Argentina vai desvalorizar o câmbio, reduzir os gastos públicos e ampliar os benefícios sociais para tentar atacar a crise econômica que assola o país. O pacote de urgência foi anunciado nesta terça-feira (12) pelo governo de Javier Milei.

O anúncio coube ao ministro da Economia, Luis Caputo, que gravou um vídeo listando as medidas econômicas que serão implementadas pelo governo. Segundo ele, a finalidade principal é neutralizar a crise a estabilizar as variáveis econômicas do país.

🗣️ "O que viemos fazer foi solucionar o problema na raiz, para não ter que padecer mais essas consequências - inflação e pobreza. Para isso, é fundamental solucionar o problema de adição ao déficit fiscal", declarou Luis Caputo, o ministro da Economia de Javier Milei.

Desvalorização cambial

💵 A Argentina estabeleceu um câmbio oficial de 800 pesos por dólar. Isto é, uma desvalorização perante o câmbio atual, de aproximadamente 365 pesos por dólar. A desvalorização cambial busca controlar a inflação, além de estimular a produção nacional.

Segundo o ministro Luis Caputo, o governo também vai aumentar provisoriamente o imposto de importação, além de impor retenções às exportações não agropecuárias. Ele ressaltou, por sua vez, que, depois do período de emergência, o governo pretende eliminar todos os direitos de exportação.

Menos gastos públicos

📉 O governo argentino também vai cortar gastos públicos para reduzir o déficit fiscal do país. Por isso, decidiu reduzir subsídios a energia e transporte, bem como as transferências para as províncias argentinas. O governo também já anunciou a redução de 18 para 9 do número de ministérios, de forma a reduzir os gastos públicos.

Além disso, Caputo disse que o Estadonão vai renovar os contratos de trabalho do poder público que têm menos de um ano de duração. O governo também não pretende mais licitar novas obras públicas. Além disso, prometeu cancelar as licitações já aprovadas cujas obras ainda não foram iniciadas.

"O Estado não tem dinheiro para pagar obra públicas. As obras de infraestrutura serão realizadas pelo setor privado", declarou o ministro da Economia.

Mais gastos sociais

💲 Apesar do foco na redução dos gastos públicos e do déficit fiscal, o governo de Javier Milei decidiu ampliar os benefícios sociais do país. Caputo explicou que os próximos meses podem ser ainda piores em termos de alta dos preços, por causa da inflação reprimida. Por isso, disse que Milei pediu um "foco fundamental na gente que mais pode sofrer".

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