O dólar é a moeda mais utilizada no mundo para transações internacionais, reservas cambiais e investimentos e possui duas cotações no mercado cambial brasileiro: dólar comercial e dólar turismo.
O dólar comercial é utilizado entre empresas para transações internacionais de importação ou exportação de bens e serviços. Sendo negociado exclusivamente por instituições financeiras e empresas.
O dólar turismo é utilizado em viagens internacionais por pessoas físicas para pagar despesas durante viagens, como hospedagem, lazer e compras. Nesse caso, a moeda pode ser adquirida em bancos, plataformas online e casas de câmbio.
Para os investidores, o dólar comercial é o mais relevante, pois é a taxa utilizada em aplicações financeiras, investimentos no exterior e operações no mercado de capitais. Fundos cambiais, ETFs Internacionais, contratos futuros e investimentos em empresas dolarizadas utilizam essa cotação como referência.
Importância da taxa de câmbio
A taxa de câmbio é um fator relevante na cotação do dólar, pois reflete a relação entre oferta e demanda por dólares.
Por exemplo, as exportações elevadas aumentam a entrada de moeda estrangeira no país, enquanto importações, remessas de lucros ao exterior e investimentos estrangeiros elevam a demanda pela divisa.
A cotação do dólar também é influenciada por fatores macroeconômicos, como política monetária do Federal Reserve, taxas de juros, inflação global e tensões geopolíticas.
No Brasil, a valorização ou desvalorização do real frente ao dólar impacta diretamente a economia, afetando preços de commodities, custos de importação e exportação e a competitividade das empresas no mercado internacional.
Como analisar a tendência do dólar hoje
A tendência do dólar é definida por diversos fatores macroeconômicos e comerciais. Para analisá-la, é fundamental monitorar cinco fatores:
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Política Monetária dos EUA: decisões do Federal Reserve (Fed) sobre taxas de juros impactam diretamente a atratividade dos investimentos em dólar. Juros mais altos fortalecem a moeda, enquanto cortes podem enfraquecê-la.
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Fluxo de Capital Estrangeiro: se há maior entrada de investimentos estrangeiros no Brasil, o real pode se valorizar, reduzindo a cotação do dólar. Se há saída de capital, o dólar tende a subir.
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Balança Comercial Brasileira: superávits (mais exportações que importações) aumentam a oferta de dólares no país, podendo valorizar o real. Déficits (mais importações que exportações) têm o efeito contrário.
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Risco-País e Cenário Político: instabilidade política, crises fiscais e incertezas podem afastar investidores, elevando a cotação do dólar. Indicadores como o CDS (Credit Default Swap) ajudam a medir o risco do Brasil.
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Inflação Global e Crescimento Econômico: altas na inflação dos EUA podem levar o Fed a subir juros, fortalecendo o dólar. Da mesma forma, crises globais podem aumentar a busca por ativos seguros, como o dólar.
Por que o dólar é a moeda mais forte do mundo
O Acordo de Bretton Woods, firmado em 1944, estabeleceu o dólar como a principal moeda de reserva global, com sua paridade atrelada ao ouro.
Esse sistema vigorou até 1971, quando os Estados Unidos abandonaram o padrão-ouro, permitindo que a moeda flutuasse livremente, sendo utilizado por governos e empresas para transações financeiras e em investimentos globais.
Atualmente, o dólar possui força decorrente da estabilidade econômica dos Estados Unidos, da confiança dos investidores no sistema financeiro do país e do papel do Federal Reserve na manutenção da liquidez global.
Sendo usado como proteção contra crises econômicas, reforçando ainda mais sua posição dominante. Assim, a exposição ao dólar pode atuar como uma estratégia de hedge para a proteção contra a desvalorização do real.
Dólar X Euro
O dólar e o euro são as duas principais moedas globais, mas o dólar mantém uma posição mais forte devido à sua predominância no comércio internacional e nas reservas cambiais globais.
Hoje em dia, o dólar representa cerca de 60% das reservas dos bancos centrais ao redor do mundo, enquanto o euro responde por aproximadamente 20%.
Além disso, commodities essenciais como petróleo e ouro são precificadas em dólar, consolidando sua influência nos mercados financeiros. Embora o euro seja uma moeda forte e amplamente utilizada na União Europeia, possui limitações em relação ao dólar.
Fatores que fazem o dólar subir
A valorização do dólar pode ocorrer por diversos fatores econômicos e políticos. Entre os principais motivos estão:
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Aumento das taxas de juros nos EUA: quando o Federal Reserve eleva os juros, os investidores internacionais passam a buscar títulos do Tesouro Americano, aumentando a demanda pela moeda e elevando seu valor.
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Crises econômicas e incertezas globais: em momentos de instabilidade, investidores tendem a migrar para ativos considerados mais seguros, como o dólar, aumentando sua cotação.
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Déficit na balança comercial do Brasil: quando o país importa mais do que exporta, há uma maior necessidade de dólares para pagar fornecedores estrangeiros, elevando a demanda e, consequentemente, o valor da moeda.
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Fuga de capital estrangeiro: se investidores internacionais retiram dinheiro do Brasil e buscam mercados mais seguros, a demanda por dólar aumenta, impactando sua cotação.
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Intervenção do Banco Central dos EUA: medidas como recompra de títulos e mudanças na oferta de moeda influenciam diretamente o valor do dólar no mercado global.