Sobre o ETF AUVP11
O AUVP11 é um ETF (Exchange Traded Fund) lançado em 2025 por meio da parceria entre o BTG Pactual, a gestora BTG Asset Management e a consultoria AUVP, liderada por Raul Sena, conhecido como Investidor Sardinha.
Esse é o primeiro fundo de índice da bolsa brasileira (B3) estruturado integralmente com base em fundamentos quantitativos, inspirado na metodologia proprietária conhecida como Diagrama do Cerrado.
O fundo replica o Índice Teva Ações Fundamentos (IAFD), o primeiro índice nacional a selecionar empresas com base em métricas de análise fundamentalista, priorizando qualidade operacional, rentabilidade recorrente, eficiência na alocação de capital e estrutura de capital saudável.
O objetivo do ETF é refletir a performance dessas companhias sem utilizar critérios especulativos de curto prazo, nem incluir setores historicamente inconsistentes na geração de valor. A proposta é oferecer uma possibilidade de diversificação para investidores que buscam exposição a empresas resilientes.
Características do ETF AUVP11
O ETF AUVP11 adota uma estratégia fundamentalista e quantitativa, com diversas etapas de triagem. Para integrar o índice, a empresa precisa atender simultaneamente aos seguintes critérios:
- Tempo de listagem: no mínimo 5 anos de bolsa.
- Free float mínimo: 15% da capitalização de mercado.
- Capitalização de mercado: igual ou superior a R$ 3 bilhões.
- Setores excluídos: varejo, proteína animal e transporte aéreo.
- Presença em pregões: negociação em 100% dos dias do mês anterior ao rebalanceamento.
- Liquidez: ao menos R$ 100 milhões de volume negociado em cada um dos dois meses anteriores ao rebalanceamento.
- Qualidade e governança: exclusão de empresas inadimplentes ou em recuperação judicial, assim como aquelas que não entregaram informes periódicos nos últimos 24 meses.
- Fundamentos financeiros: lucro líquido positivo nos últimos 5 anos, endividamento líquido inferior a 3 vezes o EBIT (exceto bancos e seguradoras), ROE superior a 10% e margem líquida acima de 8%.
Composição do ETF AUVP11
Na prática, o AUVP11 apresenta alta concentração em empresas do setor financeiro. Os cinco principais ativos da carteira como Itaúsa, Itaú Unibanco, B3, Bradesco e Ambev somam mais de 60% da alocação total do índice.
O rebalanceamento da carteira ocorre uma vez ao ano, sempre no mês de abril. Os pesos dos ativos são ajustados com base na capitalização de mercado ajustada pelo free float, evitando concentração excessiva em ativos com baixa liquidez ou pouca representatividade no mercado.
A taxa de administração parte de 0,75% ao ano, com possibilidade de isenção total ou parcial para clientes da consultoria AUVP ou investidores que atendam aos critérios previstos nos documentos regulatórios.
O ETF AUVP11 paga dividendos?
Não, o AUVP11 adota uma estrutura acumulativa. Os dividendos recebidos das empresas da carteira são automaticamente reinvestidos no próprio fundo, sem repasse direto aos cotistas. Essa estratégia prioriza a eficiência tributária e antecipa possíveis mudanças na legislação, como a eventual tributação de dividendos recebidos por pessoas físicas.
Embora o regulamento permita distribuição em casos específicos, a política atual do fundo é clara: não há pagamento de dividendos, nem amortização atrelada à performance. O foco está no crescimento contínuo do patrimônio líquido, via reinvestimento disciplinado dos lucros das empresas selecionadas.
Como investir no ETF AUVP11
O AUVP11 é negociado na B3 e pode ser adquirido por qualquer investidor, inclusive pessoa física. A negociação do fundo ocorre como a de uma ação, com liquidação em D+2 e cotação em reais. No mercado secundário, é possível adquirir a partir de 1 cota, com total liquidez em pregão eletrônico. Já no mercado primário, são exigidos lotes mínimos de 50 mil cotas, geralmente utilizados por investidores institucionais ou via agentes autorizados.