MRV&Co (MRVE3) amarga prejuízo de R$ 262,9 mi no 1T25 com perdas nos EUA

O resultado foi fortemente pressionado pela operação da Resia, braço norte-americano do grupo, que ampliou suas perdas.

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Publicado em 08/05/2025 às 19:53h - Atualizado Agora Publicado em 08/05/2025 às 19:53h Atualizado Agora por Matheus Silva
O resultado financeiro negativo e os impactos da subsidiária nos EUA pesaram no balanço (Imagem: Shutterstock)
O resultado financeiro negativo e os impactos da subsidiária nos EUA pesaram no balanço (Imagem: Shutterstock)

🚨 A MRV&Co (MRVE3) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 262,9 milhões no primeiro trimestre de 2025, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (8).

O resultado foi fortemente pressionado pela operação da Resia, braço norte-americano do grupo, que ampliou suas perdas em meio à reestruturação e à venda de ativos com prejuízo.

Embora a receita líquida consolidada tenha somado R$ 2,28 bilhões — em linha com as expectativas de mercado — o resultado financeiro negativo e os impactos da subsidiária tudo nos EUA pesaram no balanço.

Divisão de incorporação ainda cresce

No segmento de incorporação, principal motor da companhia no Brasil, o lucro líquido ajustado foi de R$ 26 milhões — queda de 52,2% em relação ao 1T24.

O recuo foi influenciado por um resultado financeiro negativo de R$ 132 milhões e por travas temporárias nos repasses de programas regionais de habitação.

Apesar disso, os lançamentos da MRV cresceram 81% em VGV, somando R$ 2,89 bilhões entre janeiro e março.

As vendas líquidas subiram 1,7%, totalizando R$ 2,17 bilhões, mesmo com o atraso nos repasses.

O diretor financeiro, Ricardo Paixão, manteve o tom positivo sobre o ano. “Boa parte do ‘backlog’ deve ser resolvido no segundo trimestre”, afirmou o executivo.

A expectativa é que o fluxo de caixa volte a se normalizar, após uma queima de R$ 50,8 milhões no trimestre.

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Resia amplia prejuízo e venda de ativos segue com deságio

A operação da Resia, nos Estados Unidos, teve prejuízo ajustado de R$ 279,7 milhões no 1T25, frente a R$ 44,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

O número reflete ajustes contábeis, impairments e venda de ativos com prejuízo, dentro de um processo de enxugamento da operação.

Entre as medidas mais recentes está a venda do empreendimento Dallas West, por US$ 57 milhões — abaixo do custo do ativo.

O negócio gerou uma perda contábil de US$ 22 milhões, mas a MRV&Co afirma que o caixa será reforçado com esse valor no segundo trimestre.

A companhia também se desfez de dois terrenos nos EUA, localizados em Miami e Dallas, por US$ 14 milhões. A operação gerou um impairment de US$ 15 milhões.

A meta da Resia é vender US$ 800 milhões em ativos até o fim de 2026, parte da estratégia para reduzir endividamento e focar em operações mais enxutas e rentáveis.

Riscos seguem no radar

Apesar do crescimento operacional no Brasil, a pressão da Resia e os desafios macroeconômicos locais continuam a exigir cautela do investidor.

O prejuízo no trimestre reforça os riscos da diversificação internacional da MRV, que precisa mostrar capacidade de execução para monetizar os ativos nos EUA sem ampliar ainda mais as perdas.

A depender da evolução da reestruturação da Resia e da retomada dos repasses nos programas habitacionais brasileiros, os próximos trimestres podem trazer um cenário mais favorável para a companhia.