Fitch rebaixa rating da Azul (AZUL4) para CCC- e alerta para risco elevado
O rating de longo prazo em moeda estrangeira da Azul caiu de “CCC” para “CCC-”, sinalizando um nível elevado de risco de inadimplência.

🚨 A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, nesta quarta-feira (7), as notas de crédito nacional e internacional da Azul (AZUL4), refletindo a deterioração da saúde financeira da companhia aérea e o aumento das incertezas em torno da sua capacidade de captar recursos no curto prazo.
O rating de longo prazo em moeda estrangeira da Azul caiu de “CCC” para “CCC-”, sinalizando um nível elevado de risco de inadimplência. A nota nacional também foi cortada para “CCC–(bra)”.
Para investidores, o rebaixamento serve como um forte alerta: a Azul está sob pressão de caixa, enfrenta desconfiança do mercado e lida com um passivo bilionário, mesmo após tentativas de reestruturação.
Baixa liquidez, dívida alta e crédito escasso
De acordo com a Fitch, apesar de apresentar melhorias operacionais nos últimos trimestres, a companhia ainda não conseguiu concluir a parte de equity da sua reestruturação de dívida — considerada essencial para cobrir o fluxo de caixa livre negativo previsto para o primeiro semestre de 2025.
A dívida bruta da Azul encerrou 2024 em torno de R$ 29,6 bilhões, e a empresa enfrenta dificuldade para atrair novos investidores ou obter crédito em condições favoráveis, mesmo com a recente captação de R$ 600 milhões junto a credores atuais.
Segundo a Fitch, a alavancagem da Azul pode permanecer acima de 5 vezes em 2025, enquanto concorrentes como Latam e Avianca devem operar com endividamento entre 2,5x e 3,5x.
Já a liquidez da companhia está estimada entre 7% e 10%, bem abaixo de Latam (25%) e Avianca (15% a 20%).
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Diluição acionária e ações em queda
A situação se agravou após a Azul emitir novas ações em uma tentativa de reforçar o caixa.
A operação resultou em diluição dos acionistas atuais e arrecadou menos do que o esperado, o que provocou forte queda nos papéis.
Nos últimos 30 dias, AZUL4 acumula desvalorização superior a 50%, pressionada pela perda de confiança do mercado, elevação de riscos e cenário macroeconômico mais volátil.
Concorrência e exposição ao câmbio pioram o cenário
Embora tenha presença dominante em rotas regionais no Brasil e margens operacionais historicamente robustas, a Azul é altamente exposta à volatilidade cambial, já que grande parte de seus custos — como leasing de aeronaves e combustível — é dolarizada.
Em contraste, Latam e Avianca apresentam modelos de negócios mais diversificados, com operação internacional mais robusta e maior resiliência frente às variações cambiais.
O rebaixamento do rating aprofunda a crise de confiança em torno da Azul e coloca em xeque sua capacidade de executar o plano de recuperação financeiro com sucesso.
📊 Ainda que a empresa tenha iniciativas de reestruturação em andamento, o mercado aguarda ações mais contundentes para reduzir a dívida, aumentar liquidez e recuperar margens.