Estados Unidos e Reino Unido fecham acordo comercial, o primeiro desde a guerra tarifária
Presidente Donald Trump diz que o acordo prevê bilhões de dólares à economia, devido ao ganho de mercado das exportações americanas

✅ O presidente americano Donald Trump revelou nesta quinta-feira (8) que os Estados Unidos e o Reino Unido firmaram um acordo comercial, o primeiro do tipo desde que uma guerra tarifária iniciou-se, em que os produtos britânicos e de diversos países no mundo estavam sujeitos a novas tarifas impostas pelo republicano no início de abril.
Trump não deu detalhes do que se comprometeu com o Reino Unido, apresentando apenas as linhas gerais do acordo diante da imprensa, durante evento no Salão Oval. Ao mesmotempo, a maioria das ações americanas disparava em Wall Street.
De prático, o republicano afirmou que a economia do país terá incremento de mais bilhões de dólares devido ao maior acesso ao mercado para exportações americanas e que o Reino Unido "reduzirá ou eliminará inúmeras barreiras tarifárias que discriminam injustamente os produtos americanos".
Também foi dito que os detalhes finais do acordo continuam sendo redigidos, mas que nas próximas semanas o conteúdo estará mais conclusivo.
🔎 Conforme um folheto informativo divulgado pela Casa Branca, o acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido inclui, até o momento:
- Manter em vigor uma tarifa geral de 10% dos EUA sobre as importações do Reino Unido;
- Ajustar as tarifas sobre os automóveis do Reino Unido para que os primeiros 100.000 veículos importados de fabricantes de automóveis do Reino Unido a cada ano estejam sujeitos a uma taxa de 10%, e quaisquer veículos adicionais enfrentem taxas de 25%;
- Criar uma “oportunidade de US$ 5 bilhões para novas exportações” para agricultores, pecuaristas e produtores dos EUA, incluindo mais de US$ 700 milhões em exportações de etanol e US$ 250 milhões em carne bovina americana e outros produtos agrícolas; e
- Garantir a cadeia de suprimentos dos fabricantes aeroespaciais dos EUA por meio de acesso preferencial a componentes aeroespaciais de alta qualidade do Reino Unido.
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Ações americanas beneficiadas por acordo
Trump foi questionado por jornalistas se essa tarifa básica é um modelo para futuros acordos comerciais, mas o republicano rebateu que esse seria um número baixo.
"Eles fizeram um bom acordo", disse Trump sobre o Reino Unido. "Alguns terão superávits comerciais muito maiores porque têm enormes."
Até o momento, a reação dos mercados têm sido positiva, com o famoso índice acionário S&P 500 (que investe nas 500 maiores empresas dos EUA) subindo mais de +1% e próximo dos 5.700 pontos, enquanto o Nasdaq-100, que reúne as 100 maiores empresas de tecnologia, saltava +1,6% e retomava os 18 mil pontos.
✈️ No destaque individual, as ações da fabricante aeroespacial Boeing (BA) decolavam quase +4%, negociadas por US$ 192,27 cada, depois que o secretário do Comércio, Howard Lutnick, sugeriu que o acordo comercial EUA-Reino Unido levará a um pedido multibilionário de aviões da Boeing.