Correios anunciam plano para cortar R$ 1,5 bi em custos após prejuízo de R$ 2,6 bi
A iniciativa afeta diretamente os 86 mil funcionários da empresa, que também serão convidados a aderir a um PDV.

🚨 Os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico para tentar reverter o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024 e restabelecer o equilíbrio financeiro da estatal em 2025.
O pacote de medidas, que envolve corte de custos operacionais e ajustes na estrutura de pessoal, busca gerar uma economia de aproximadamente R$ 1,5 bilhão ao longo do ano.
Entre as ações de maior impacto está a redução da jornada de trabalho, acompanhada da consequente redução proporcional dos salários dos empregados.
A iniciativa afeta diretamente os 86 mil funcionários da empresa, que também serão convidados a aderir a um programa de desligamento voluntário (PDV).
Segundo comunicado interno divulgado pela estatal, o momento é de união para superar as dificuldades financeiras.
“Neste momento, a contribuição de cada empregada e empregado, por menor que pareça, é valiosa. Juntos, temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais promissor e vitorioso para nossa equipe”, destacou a direção dos Correios.
Principais medidas do plano de ajuste dos Correios
Além da redução de jornada e salários, o plano de contenção de gastos anunciado pelos Correios inclui:
- Corte de pelo menos 20% no orçamento destinado a funções comissionadas, com a eliminação de cargos administrativos considerados excedentes;
- Suspensão temporária das férias até janeiro de 2026 para determinados setores, a fim de manter a operação enxuta e reduzir custos com passivos trabalhistas;
- Retorno ao trabalho presencial para funcionários que estavam em regime de teletrabalho, centralizando equipes para aumentar o controle e reduzir despesas;
- Revisão e implantação de novos planos de saúde para os empregados, com objetivo de tornar o benefício mais sustentável financeiramente.
A expectativa é que essas medidas consigam aliviar o caixa da estatal no curto prazo, evitando novos prejuízos e preparando a empresa para um eventual ciclo de recuperação.
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Crise antiga e necessidade de modernização
A crise dos Correios vem se agravando há alguns anos, impulsionada por uma combinação de mudanças estruturais no mercado de entregas, concorrência privada mais acirrada e pressões sobre os custos operacionais.
A estatal, que já foi símbolo de lucratividade no setor público, enfrenta dificuldades para acompanhar a transformação digital e a ascensão de novos players de logística e comércio eletrônico, como transportadoras privadas e plataformas próprias de grandes varejistas.
A falta de investimentos em inovação e modernização de processos contribuiu para a perda de competitividade, além de elevar o passivo trabalhista e operacional da companhia.
O que esperar para os próximos meses
📊 A direção dos Correios informou que continuará monitorando o impacto das medidas implementadas ao longo do segundo semestre de 2025 e poderá adotar novos ajustes, caso necessário.
Além disso, a estatal deverá apresentar relatórios periódicos de desempenho financeiro para o governo federal, que acompanha de perto a situação da empresa — vista como estratégica para a integração nacional, especialmente em regiões de difícil acesso.
O desafio será equilibrar a necessidade urgente de austeridade com a manutenção da qualidade dos serviços prestados, para preservar sua relevância no mercado e reconquistar a confiança dos consumidores.
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