Projetos das bets e dos super-ricos avançam no Senado

Projetos foram aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos e seguem para o plenário

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Publicado em 22/11/2023 às 18:27h - Atualizado 10 meses atrás Publicado em 22/11/2023 às 18:27h Atualizado 10 meses atrás por Marina Barbosa
Senado vai votar projetos em pedido de urgência (Agência Senado)
Senado vai votar projetos em pedido de urgência (Agência Senado)

Dois projetos importantes para o plano do governo de reduzir o rombo fiscal avançaram no Senado nesta quarta-feira (22): a regulamentação das apostas esportivas e a taxação dos super-ricos. Ambos os projetos foram aprovados na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e agora seguem com pedido de urgência para o plenário do Senado. 

Bets

A regulamentação das apostas esportivas on-line, as chamadas bets, foi aprovada em votação simbólica na CAE. Apesar do voto contrário de alguns senadores, a comissão ainda aprovou um pedido de urgência para que o projeto seja avaliado o quanto antes pelo plenário do Senado.

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O parecer do relator do projeto na CAE, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), reduziu de 18% para 12% a alíquota que será paga sobre a receita bruta dos jogos, depois de descontados os prêmios pagos aos apostadores. Já a alíquota que será cobrada dos apostadores que ganharem prêmios superiores a R$ 2.112 caiu pela metade, de 30% para 15%.

O Senado ainda estendeu de 3 para 5 anos o prazo da outorga de R$ 30 milhões que os sites de apostas terão que pagar para operar no Brasil. Por causa dessas mudanças, o projeto terá que voltar para a Câmara dos Deputados se aprovado pelo plenário do Senado.

Super-ricos

O chamado projeto de taxação dos super-ricos prevê a tributação das offshores e dos fundos exclusivos de investimento. Isto é, dos veículos de investimento no exterior e dos fundos que têm um número limitado de cotistas, respectivamente. O projeto foi aprovado em votação simbólica pela CAE e segue para o plenário do Senado.

Pelo projeto, os rendimentos das offshores estarão sujeitos à uma taxação de 15% a partir de 2024. No caso dos fundos fechados, a taxação será de 15% para os fundos de longo prazo e de 20% para os fundos com até um ano de duração. Além disso, o texto estabelece uma alíquota de 8% para quem quiser antecipar a atualização dos valores retidos nessas aplicações.

O relator da matéria na CAE, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), não fez alterações significativas ao texto já aprovado pelos deputados. Por isso, o projeto não deve voltar para a Câmara se aprovado pelo plenário do Senado como saiu da CAE. 

Arrecadação

Deputados e senadores, no entanto, alteraram os projetos em relação ao que havia sido proposto pelo governo federal. Entre as mudanças, estão a redução das alíquotas que será cobrada às empresas e investidores. Isso deve reduzir o potencial arrecadatório dos projetos, em um momento crucial para o governo, que quer aumentar a arrecadação para melhorar o rombo das contas públicas. 

O Executivo aumentou nesta quarta-feira (22) a previsão para o déficit primário de 2023 para R$ 177,4 bilhões. Além disso, busca manter a meta de déficit zero em 2024. Para cumprir a meta, no entanto, precisa ampliar as receitas ou cortar despesas.