M. Dias Branco (MDIA3) deve continuar com impulso nos resultados, analisa XP

Queda das commodities deve ajudar a impulsionar empresa

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Publicado em 22/09/2023 às 17:06h - Atualizado 7 meses atrás Publicado em 22/09/2023 às 17:06h Atualizado 7 meses atrás por Juliano Passaro

A XP Investimentos destacou, em relatório nesta segunda-feira (18), que vê um "forte impulso" nos resultados financeiros da M. Dias Branco (MDIA3) para os próximos meses. Os analistas responsáveis, Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, destacam que mantêm visão positiva quanto à tendência da empresa em virtude da melhora nos fundamentos, como preços mais baixos de trigo e óleo de palma, e o reflexo positivo do repasse de preços para massas e biscoitos dos trimestres passados.

"De acordo com a nossa análise, os preços mais baixos do trigo e do óleo de palma ainda não foram totalmente refletidos nos resultados da empresa, sustentando a visão de uma forte dinâmica de lucros no futuro. Do ponto de vista dos preços dos produtos, a administração reforçou que devemos observar tendências positivas devido ao carrego do aumento de preços ocorrido no 1º semestre de 2023 e à redução do tamanho das embalagens", afirmaram os analistas, depois de uma reunião com o vice-presidente financeiro da empresa, Gustavo Theodozio, e com o diretor de Relações com Investidores, Fabio Cefaly, na semana passada.

Segundo Alencar e Fonseca, os executivos da M. Dias Branco mostraram preocupação com a reforma tributária, mesmo que a avaliação seja de um impacto limitado.

"O pior cenário possível exigiria um aumento de preço de aproximadamente 2% para compensar o efeito da reforma. Mesmo no pior cenário, vemos a empresa sendo negociada a um valuation atrativo de 10,6 vezes P/L (índice preço sobre lucro) para 2024", informou a XP.

A XP destacou que, apesar do positivismo em relação aos papéis da M. Dias Branco, o excesso de otimismo dos investidores com o terceiro trimestre da empresa e a estratégia de recompra de ações em 2022 podem representar riscos de curto prazo para a companhia.

"A margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar entre 16% e 17%, um valor mais alto é possível, mas pode prejudicar o crescimento no longo prazo. Além disso, enquanto os investidores de São Paulo estão principalmente focados na dinâmica do mercado e nos preços das commodities, os investidores do Rio de Janeiro estão preocupados com os possíveis impactos negativos da reforma tributária", destacaram os analistas.