Governo Lula pode taxar big techs em retaliação ao tarifaço de Trump

Equipe do Palácio, no entanto, aguarda recuo do dos EUA sobre taxas para o aço

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Publicado em 10/02/2025 às 08:29h - Atualizado 10 dias atrás Publicado em 10/02/2025 às 08:29h Atualizado 10 dias atrás por Wesley Santana
Meta, Google e Spotify serão algumas das impactadas com medidas (Imagem: Shutterstock)
Meta, Google e Spotify serão algumas das impactadas com medidas (Imagem: Shutterstock)

O governo Lula discute nos bastidores a elevação dos impostos para as big techs norte-americanas que atuam no Brasil. A decisão vem depois que os Estados Unidos elevaram os impostos sobre o aço, o que atinge as exportações brasileiras para a maior economia do mundo.

💰 De acordo com a Folha de São Paulo, a medida já vinha sendo debatida há alguns meses, na iminência do aumento de tarifas anunciado pelo presidente Donald Trump. Em 2024, o Brasil exportou US$ 5,8 bilhões em aço para o exterior, sendo que 54% disso teve como destino a principal economia do mundo.

A reportagem destaca, porém, que o governo deve aguardar alguns, na tentativa de que Trump recue da medida. Lula e sua equipe usam a situação com o Canadá e o México como exemplo, considerando que Trump voltou atrás depois de alguns dias do anúncio do tarifaço de 25%.

🚢 Leia mais: Brasil é o 2º maior fornecedor de aço e ferro aos Estados Unidos

No caso das big techs, a solução estaria apoiada em um debate que já é feito no âmbito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), também adotada por países como o Canadá. Segundo fontes, essa também seria uma solução positiva porque não causaria impactos na inflação de consumo do país, hoje um dos principais entraves do governo Lula.

Se a medida for confirmada, a expectativa é que empresas como Google, Meta, Amazon e Spotify sejam atingidas. Todas elas têm uma forte operação no país, mas, de acordo com o governo, não pagam impostos adequados.

Nesta segunda-feira (10), Trump anunciou tarifas adicionais de 25% sobre as importações de aço e alumínio. "Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%", disse ele.

Em seu primeiro mandato, o presidente já havia imposto tarifas sobre esses produtos, mas concedeu isenção aos principais parceiros comerciais neste setor, caso do Brasil e México.

Governo nega

Em postagem nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a informação da possível taxa não está correta. Ele também apontou que o governo deve aguardar para ver se Trump volta atrás.

“O governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar a orientação do presidente”, publicou ele.

O fato é que, anteriormente, o presidente Lula afirmou que deve manter uma relação de reciprocidade em taxar produtos dos EUA. "É muito simples, se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados para os Estados Unidos. Simples", disse Lula no início do mês.