Embraer planeja construir um hub da companhia na Arábia Saudita

A expansão contempla a possibilidade de estabelecer um escritório de engenharia, centro de finalização de aeronaves, produção de equipamentos e centros de treinamento

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Publicado em 04/03/2024 às 09:56h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 04/03/2024 às 09:56h Atualizado 2 meses atrás por Jennifer Neves
Foto - Shutterstock
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✈️ Durante as negociações para a venda de 33 aeronaves de transporte militar C-390 Millennium ao governo saudita, o vice-presidente da divisão de Defesa e Segurança da Embraer (EMBR3) para a região do Oriente Médio e Ásia-Pacífico, Caetano Spuldaro Neto, compartilhou nesta segunda-feira (4), que o plano brasileiro inclui também uma expansão estratégica da presença da empresa no local.

Spuldaro detalhou que essa expansão contempla a possibilidade de estabelecer um escritório de engenharia, um centro de finalização de aeronaves, uma linha de produção de equipamentos e centros de treinamento da Embraer na Arábia Saudita. 

"Queremos transformar a Arábia Saudita em um hub da Embraer para a região, incluindo o Oriente Médio e o Norte da África", disse Spuldaro.

Todas essas iniciativas são projetadas para estar em consonância com a 'Visão 2030' de desenvolvimento do governo saudita, conforme discutido durante uma palestra na "Brazil Saudi Arabia Conference", organizada pelo Lide na sede da Federação das Câmaras de Comércio Saudita, em Riad.

Além do interesse da Força Aérea Brasileira, a Embraer já fechou acordos para a venda do C-390 com outros países como Portugal, Hungria, Holanda, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul. 

O avião, com sua versatilidade para transporte de cargas e tropas, também pode ser adaptado para diversas missões, incluindo combate aéreo, evacuação médica, resgate e ajuda humanitária, além de operações de reabastecimento em voo. A capacidade de reconfiguração rápida da aeronave permite adaptá-la para diferentes propósitos em apenas três horas.

Spuldaro também enfatizou que a compra do C-390 pela Arábia Saudita poderá gerar uma economia de US$ 2 bilhões em custos operacionais ao longo de três décadas. A proposta não se limita apenas à economia com manutenção, mas também inclui a personalização da aeronave de acordo com as necessidades da Força Aérea saudita, além de uma parceria estratégica com a Sami (Saudi Arabian Military Industries).

O executivo ressaltou o compromisso da Embraer em transferir tecnologia para a Arábia Saudita, visando a longo prazo o desenvolvimento conjunto de equipamentos e a exploração de novos mercados. 

Essa iniciativa, conforme destacado por ele, não se restringe ao C-390, mas engloba todas as aeronaves produzidas pela Embraer, inclusive os jatos executivos. O objetivo é estabelecer a Arábia Saudita como um centro operacional chave da Embraer para toda a região, abarcando o Oriente Médio e o Norte da África.

Durante a visita presidencial ao país em novembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu diretamente com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, a proposta da Embraer. Lula destacou que o C-390 atende às necessidades da Arábia Saudita, dada sua capacidade de carga e alcance global.

Durante essa visita, a Embraer fechou três acordos na Arábia Saudita, incluindo um memorando de entendimento com o governo para cooperação e parcerias, outro com a Sami e um terceiro com a FlyNas, sobre operações de táxi aéreo.

Em fevereiro, durante o World Defense Show 2024, a Saudia Technic e a Embraer Serviços & Suporte firmaram um memorando de entendimento para colaboração em atividades de manutenção e treinamento, buscando aprimorar a cooperação tanto na Aviação Comercial, com foco na família de jatos E2, quanto na Aviação Executiva.

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