O café é uma das commodities agrícolas mais consumidas e negociadas do mundo. Originário das antigas civilizações da Etiópia, seu cultivo foi disseminado a partir do século XVII.
Atualmente, é produzido em mais de 70 países, com o Brasil liderando como o maior produtor e exportador global, seguido por Vietnã, Colômbia e Indonésia.
A unidade de negociação padrão internacional é a libra-peso (lb), especialmente para o café arábica, cotado na ICE (Intercontinental Exchange), em Nova York.
O café integra a categoria das soft commodities, que abrange produtos agrícolas de consumo direto, como açúcar e algodão.
No mercado físico, atuam produtores, cooperativas e tradings, responsáveis por levar o grão do campo aos centros consumidores. Já o mercado de derivativos permite negociações via contratos futuros e opções, com preços definidos em bolsas como a ICE, CME Group e, no Brasil, a B3.
Como funciona o mercado de café
O preço do café é determinado pela interação entre oferta e demanda globais, sofrendo influência de:
Condições climáticas nas regiões produtoras;
Custos de produção;
Estoques mundiais;
Políticas agrícolas;
Logística e frete internacional.
Eventos como geadas, secas prolongadas ou excesso de chuvas podem comprometer a safra, gerando oscilações expressivas nos preços.
As negociações são realizadas em contratos futuros padronizados, como o “Coffee C” (arábica) e “Robusta Coffee” na ICE e LIFFE, com vencimentos mensais. No Brasil, o café arábica também é negociado na B3, com contratos equivalentes a 100 sacas de 60 kg.
Do ponto de vista macroeconômico, o café é sensível a fatores como:
Inflação global;
Variação cambial, especialmente do dólar;
Política monetária dos EUA;
Ritmo da economia mundial.
Como o café é cotado em dólares, uma desvalorização cambial nos países produtores pode favorecer as exportações, mas reduzir a oferta interna, pressionando os preços locais.
Nos últimos 12 meses, o contrato de café arábica chegou a atingir cerca de 293 centavos de dólar por libra-peso na ICE, antes de recuar para patamares mais baixos. Essa volatilidade tem sido impulsionada por fatores como inflação global, elevação de juros em economias desenvolvidas e gargalos logísticos nos portos dos países produtores.
Café como ativo financeiro
O café pode ser acessado por investidores de diversas formas. A mais direta é por meio dos contratos futuros, utilizados por produtores que buscam proteção (hedge) e por especuladores que operam na variação dos preços.
Outras opções incluem:
ETFs internacionais que acompanham o desempenho do café ou índices de commodities agrícolas;
Ações de empresas do setor cafeeiro, como exportadoras, cooperativas ou redes de torrefação;
Fundos multimercado com estratégias voltadas ao agronegócio.
Na B3, o contrato de café arábica permite alavancagem, sendo indicado para investidores com perfil mais arrojado e familiaridade com o mercado agrícola. Antes de investir, é fundamental considerar aspectos como:
Liquidez do contrato;
Margem de garantia exigida;
Volatilidade histórica;
Vencimentos periódicos;
Fatores climáticos e sazonais que afetam diretamente a precificação.
Este conteúdo tem caráter informativo e não constitui recomendação de compra, venda ou manutenção de qualquer ativo financeiro. Antes de investir, é fundamental que o investidor avalie seu perfil, seus objetivos e, se necessário, busque orientação de um profissional habilitado.