O açúcar é uma das principais commodities agrícolas globais, negociado principalmente na forma de sacarose extraída da cana-de-açúcar e da beterraba.
Nos mercados futuros, sua unidade de negociação é a libra-peso (lb), com cotação em dólares.
Ele pertence ao grupo das soft commodities, ao lado do café, algodão e cacau. Os principais mercados físicos estão concentrados em países tropicais e subtropicais, enquanto nos derivativos o açúcar é precificado em bolsas internacionais como a
ICE (Intercontinental Exchange) e a
CME Group, além de negociações no Brasil via Bolsa de Valores (B3).
Como funciona o mercado do açúcar
O preço do açúcar é influenciado por múltiplos fatores:
- Oferta e demanda globais
- Custos de produção
- Políticas de subsídio agrícola
- Logística de exportação
- Condições climáticas (chuvas em excesso ou secas, que afetam a cana-de-açúcar)
Nos derivativos, o açúcar é negociado via contratos futuros, contratos a termo e opções, sendo os mais relevantes:
- Sugar No.11 (ICE) – referência global
- Sugar No.16 – voltado ao mercado dos EUA
No Brasil, a B3 também oferece exposição ao açúcar por meio de derivativos.
Entre os principais fatores macroeconômicos que impactam o setor estão:
inflação global, câmbio (dólar/real),
preço de energia e do etanol, taxas de juros e a política monetária de grandes economias.
Alterações nesses fatores podem modificar a demanda interna e a competitividade das exportações.
Açúcar como investimento
Investidores podem se expor ao açúcar de diferentes formas:
- Contratos futuros e mini-contratos: hedge ou especulação.
- ETFs e ETCs: lastreados em açúcar físico ou na rolagem de contratos.
- Ações de empresas do setor: produtoras de açúcar, usinas sucroalcooleiras e agroindústrias.
- Fundos multimercado e estruturados: incluem commodities na estratégia de diversificação.
Entre os pontos de atenção estão a liquidez dos contratos, os custos operacionais, a alavancagem implícita dos derivativos e a correlação do açúcar com outros ativos da carteira, como
petróleo (via etanol).
No Brasil, os contratos futuros de açúcar seguem a tributação da renda variável, com alíquotas fixas entre 15% e 20% sobre o lucro líquido.
Principais características de mercado do açúcar
O mercado do açúcar apresenta elementos objetivos que ajudam a compreender seu comportamento:
- Oferta: países líderes na produção são Brasil, Índia e Tailândia, responsáveis pela maior parte da cana processada globalmente.
- Demanda: além do consumo alimentício direto, há uso na indústria de bebidas, confeitaria e como insumo para a produção de etanol.
- Volatilidade: preços sofrem forte influência de condições climáticas e políticas de subsídios, com oscilações acentuadas em períodos de entressafra.
- Riscos específicos: fatores como excesso de oferta, sanções comerciais, mudanças na dieta global e avanço tecnológico na produção de adoçantes artificiais podem impactar o setor.
O açúcar se mantém como uma das commodities de alta relevância global, sendo de extrema importância não apenas no setor alimentício, mas também no energético, já que parte significativa da produção é destinada ao etanol.