O que é Taxa Referencial e como impacta as suas finanças

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Publicado em 23/06/2023 às 10:49h - Atualizado 10 meses atrás Publicado em 23/06/2023 às 10:49h Atualizado 10 meses atrás por Redação
taxa referencial
taxa referencial

Você já ouviu falar na Taxa Referencial? Para quem costuma pesquisar e estar atento aos assuntos econômicos do país, com certeza a 'taxa referencial' é um termo que já foi visto com muita frequência. Mas, para aqueles que estão começando agora a estudar sobre finanças e mercado financeiro, pode ser que este termo ainda seja desconhecido. Iremos explicar tudo que você precisa saber sobre a taxa referencial e como ela pode acabar impactando as suas finanças.

O que é a Taxa Referencial?

A taxa referencial, também conhecida como TR, é um índice utilizado no mercado financeiro brasileiro como referência para diversos tipos de investimentos e contratos. Dessa forma, ela foi criada com o objetivo de ser um indicador que acompanha a evolução média dos juros praticados pelo mercado e serve como base para cálculo de rendimentos e correções monetárias. A TR é calculada diariamente pelo Banco Central do Brasil, levando em consideração a média ponderada das taxas de juros praticadas pelos bancos em suas operações de empréstimo e financiamento. Esse cálculo é realizado com base em informações fornecidas pelos próprios bancos, que informam a taxa que estão praticando no dia anterior. A principal função da taxa referencial é servir como indexador para investimentos e contratos que possuem algum tipo de correção monetária. Por exemplo, em financiamentos imobiliários, a TR pode ser utilizada como um dos fatores para calcular os juros a serem pagos mensalmente. Da mesma forma, em investimentos de renda fixa, como CDBs e títulos públicos, a TR pode ser utilizada para atualizar o valor do investimento ao longo do tempo. No entanto, é importante destacar que a TR tem sido muito baixa nos últimos anos, o que tem impactado significativamente os investimentos e contratos que utilizam esse índice como referência. Desde 2017, a TR tem se aproximado cada vez mais de zero, o que significa que investimentos e contratos indexados a ela têm apresentado rendimentos muito baixos. Isso afeta especialmente investimentos de renda fixa que possuem rendimentos atrelados à TR, como a poupança, por exemplo. Com a TR próxima de zero, a rentabilidade desses investimentos acaba sendo bastante reduzida. É importante ressaltar que, para algumas aplicações financeiras, como títulos públicos, por exemplo, a TR não é mais utilizada como indexador, sendo substituída por outros indicadores, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou o próprio índice Selic. Que são os dois índices que mais costumamos ver. Mas, se você ainda não conhecê-los, não se preocupe, mais a frente explicaremos melhor sobre eles.

Importância de estar atento às taxas de juros

Um ponto interessante é que, pelo forte crescimento da cultura de renda variável nos últimos anos aqui no Brasil, muitos investidores iniciantes já começam no mercado olhando para ações, fundos imobiliários... Quando, na verdade, antes de investir em qualquer um desses ativos, primeiro é preciso que você conheça e entenda às taxas de juros. Mesmo que você opte por não investir em renda fixa, é interessante que você ao menos as conheça. Estar atento às taxas de juros é de extrema importância, tanto para a sua vida como investidor, quanto para o seu crescimento como cidadão. As taxas de juros estão presentes em uma variedade de produtos e serviços financeiros, como empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e investimentos, e podem ter um impacto significativo no seu bolso. Uma das principais razões para estar atento às taxas de juros é o custo do crédito. Ao contratar um empréstimo ou financiamento, por exemplo, as taxas de juros determinam o valor dos juros a serem pagos ao longo do período do contrato. Taxas mais altas significam juros mais elevados, o que pode aumentar consideravelmente o valor total a ser pago. Portanto, é fundamental comparar as taxas de diferentes instituições financeiras antes de contrair um empréstimo, buscando as opções mais vantajosas para o seu perfil. Além disso, as taxas de juros também influenciam o custo do uso do crédito rotativo do cartão de crédito. Se você não pagar o valor total da fatura até a data de vencimento, a instituição financeira cobrará juros sobre o saldo remanescente. Esses juros podem ser bastante elevados e se tornar uma verdadeira armadilha para as finanças pessoais. Portanto, é recomendado evitar o uso excessivo do crédito rotativo e pagar o valor total da fatura sempre que possível. Por outro lado, estar atento às taxas de juros também pode trazer benefícios. No caso de investimentos, por exemplo, as taxas de juros podem determinar a rentabilidade do seu dinheiro ao longo do tempo. Buscar opções de investimento com taxas de juros mais atrativas pode aumentar os rendimentos e contribuir para o crescimento do seu patrimônio. Dessa forma, principalmente para quem está querendo começar a investir, é crucial conhecer as três principais taxas que vemos no brasil.

Principais Taxas de Juros que temos no Brasil

No caso das taxas de juros, vemos que existem três principais taxas que é preciso que você conheça para que tenha um entendimento básico de como funcionam os investimentos que são atrelados à elas. Dessa forma, entre as três taxas estão:

Taxa Referencial

A primeira taxa e a que já explicamos é a Referencial. Da forma mais resumida possível, ela é uma taxa usada como referência no país e que pode estar atrelada a investimentos e a outros tipos de correções monetárias - na qual utilizam ela como taxa de juros.

Taxa Selic

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central do Brasil, e serve como referência para as demais taxas de juros praticadas no país. Dessa forma, a taxa Selic é utilizada para influenciar a política monetária e controlar a inflação. A taxa Selic é calculada a partir da média ponderada das taxas de juros praticadas nas operações de empréstimo entre bancos, conhecidas como operações compromissadas. Com isso, essas operações são realizadas no mercado interbancário e têm como objetivo regular a quantidade de dinheiro disponível na economia. Um ponto importante e que você deve entender é que a principal função da taxa Selic é regular a oferta de crédito no país, influenciando diretamente os juros praticados pelos bancos em empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e outros produtos financeiros. Quando o Banco Central deseja estimular a economia, ele reduz a taxa Selic, tornando o crédito mais acessível e incentivando o consumo e os investimentos. Por outro lado, quando a inflação está alta, o Banco Central aumenta a taxa Selic para frear o consumo e controlar os preços. Portanto, a taxa Selic também impacta diretamente as suas finanças pessoais. Em investimentos de renda fixa, como CDBs, títulos públicos e fundos de renda fixa, a rentabilidade está atrelada à taxa Selic. Quando a taxa Selic está alta, esses investimentos tendem a oferecer rendimentos mais atrativos. Por outro lado, quando a taxa Selic está baixa, a rentabilidade desses investimentos também é reduzida. Além disso, a taxa Selic influencia as taxas de juros do mercado, afetando o custo do crédito. Quando a taxa Selic está baixa, as instituições financeiras costumam reduzir as taxas de juros dos empréstimos e financiamentos. Isso pode beneficiar quem precisa contrair um empréstimo, tornando-o mais acessível e com parcelas menores. Por outro lado, quando a taxa Selic está alta, as taxas de juros dos empréstimos tendem a ser mais elevadas, encarecendo o custo do crédito. Além de impactar os investimentos e o custo do crédito, a taxa Selic também pode influenciar a taxa de câmbio e o valor do real em relação a outras moedas. Taxas de juros mais altas tendem a atrair investidores estrangeiros, aumentando a demanda pela moeda brasileira e valorizando o real. Por outro lado, taxas de juros mais baixas podem levar à saída de investidores estrangeiros, diminuindo a demanda pelo real e desvalorizando a moeda.

IPCA

Como terceira e última taxa, temos o IPCA. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, mais conhecido como IPCA, é um dos principais indicadores utilizados para medir a inflação no Brasil. Ele é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e serve como referência para o acompanhamento dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras. Para quem está entrando agora no mundo dos investimentos, não tenha dúvidas que você ouvirá muito sobre o IPCA. O IPCA é uma medida ponderada que leva em consideração a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços, que engloba diversas categorias, como alimentação, habitação, transporte, saúde, educação, entre outras. Essa cesta é baseada nos hábitos de consumo da população brasileira e é atualizada periodicamente para refletir as mudanças nos padrões de consumo. A importância do IPCA está relacionada ao seu papel como indicador chave da inflação no país. Através desse índice, é possível acompanhar o comportamento dos preços ao longo do tempo e avaliar o impacto da inflação no poder de compra da população. O IPCA é utilizado tanto pelo governo, para a definição de políticas econômicas, como pelos consumidores e empresas, para o planejamento financeiro e tomada de decisões. O IPCA influencia diretamente as suas finanças pessoais de várias formas. Em primeiro lugar, ele afeta o custo de vida, pois reflete a variação dos preços dos produtos e serviços que você consome no dia a dia. Caso o IPCA esteja em alta, significa que os preços estão subindo e seu poder de compra pode ser comprometido. Por outro lado, se o IPCA está baixo, isso indica uma menor pressão inflacionária e pode representar uma melhora no poder de compra. Além disso, o IPCA também é utilizado como referência para o reajuste de diversos contratos e investimentos. Por exemplo, o aluguel de imóveis, muitas vezes, é corrigido anualmente com base no IPCA. Da mesma forma, alguns títulos de renda fixa, como Tesouro IPCA+, têm seus rendimentos atrelados a esse índice, proporcionando proteção contra a inflação e garantindo um retorno real ao investidor. Outro aspecto importante é que o Banco Central utiliza o IPCA como um dos principais indicadores para definir a meta de inflação do país. Através da política monetária, o Banco Central busca controlar o nível de inflação, tomando medidas como a definição da taxa básica de juros, a Selic, que comentamos antes. Portanto, o comportamento do IPCA pode influenciar as decisões do Banco Central, que por sua vez podem impactar as taxas de juros e o custo do crédito.

Onde a taxa referencial influencia?

Por último, mas não menos importante, é interessante comentarmos um pouco onde você verá a Taxa Referencial influenciar no seu dinheiro... De forma prática, vemos que a taxa referencial acaba pesando em dois principais pontos que afetam o Brasileiro: o FGTS e a Poupança. Nesse caso, talvez você não saiba, mas tanto o FGTS quanto a Poupança são corrigidos pela TR, logo, se você tem dinheiro em algum desses dois lugares, com certeza é importante ficar de olho nessa taxa. Além disso, não há como negar que, pelo fato da taxa estar em um patamar muito baixo, ela acaba não compensando para os investidores, que muitas vezes acabam correndo da poupança e indo para investimentos que sejam atrelados a taxa Selic, por exemplo. Antes de sair, não deixe de conferir outros de nossos conteúdos aqui no Investidor10.