Lula diz que recebeu carta de Milei: 'ainda não li'
Esse seria segundo documento do presidente argentino depois de ataques ao brasileiro
Nesta terça-feira (23), o presidente Lula revelou que recebeu uma segunda carta do mandatário argentino Javier Milei. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ele disse que ainda não teve tempo de ler o documento.
"Não sei o que ele está dizendo na carta", disse, em resposta a um jornalista. "A única coisa que posso adiantar é que, depois de ler, tenho interesse de que a imprensa saiba o que o presidente da Argentina quer conversar com o Brasil", afirmou.
A carta em questão teria sido entregue ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, na semana passada, durante visita da ministra das Relações Exteriores do país vizinho, Diana Mondino. O tom seria de apaziguamento dos ânimos, depois que Milei fez insultos a Lula.
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A imprensa argentina destaca que a carta seria um pedido de encontro entre os presidentes em algum fórum mútuo, como o G20, que inclui as duas potências da América do Sul. Neste ano, o encontro anual será realizado no Rio de Janeiro, em novembro.
O Brasil é o principal parceiro econômico da Argentina na América Latina. No último relatório emitido pela Casa Rosada, junto de China e Estados Unidos, os produtos brasileiros somavam quase 35% de tudo que chegou ao país.
Milei insultou Lula
Em novembro do ano passado, ainda na disputa pela presidência da Argentina, o libertário argentino chamou Lula de "comunista" e de "corrupto". O então candidato ainda afirmou que, se fosse eleito, não teria encontros com o petista.
"Não vou fazer negócios com nenhum comunista. Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não entram aí. Os chineses não entram aí. Putin não entra aí. Lula, digamos, não entra aí", disse.
Depois do pleito, o político tentou distender as relações, convidando o brasileiro para a posse, que não aceitou o chamado e enviou o ministro das Relações Exteriores para representá-lo. Em contrapartida, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi recebido em Buenos Aires como chefe de estado.
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