Israel recua e diz que não responderá ao ataque do Irã por enquanto

Um ministro do país advertiu na televisão que a resposta do Irã será "muito mais forte" do que a ação militar realizada contra Israel

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Publicado em 14/04/2024 às 15:23h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 14/04/2024 às 15:23h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
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💣 Dois ministros israelenses de alto escalão indicaram, neste domingo (14), que Israel não planeja uma retaliação imediata contra o ataque iraniano ocorrido no dia anterior e enfatizaram que não agiria de forma isolada. "Vamos construir uma coalizão regional e impor um custo ao Irã de maneira apropriada e no momento oportuno para nós", afirmou o ministro centrista Benny Gantz antes de uma reunião do gabinete de guerra.

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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, também mencionou que o país tem a oportunidade de formar uma aliança estratégica para enfrentar a "grave ameaça do Irã", que, segundo ele, representa um perigo maior caso os mísseis carreguem explosivos nucleares. O Irã, no entanto, nega ter buscado armamento nuclear.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, major-general Mohammad Bagheri, advertiu na televisão que a resposta do Irã será "muito mais forte" do que a ação militar realizada contra Israel caso haja uma retaliação. Bagheri também alertou os Estados Unidos que suas bases poderiam ser alvo se apoiarem Israel em uma possível retaliação.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Amir Abdollahian, declarou que Teerã informou os Estados Unidos que o ataque a Israel seria "limitado" e em autodefesa. Além disso, os vizinhos regionais foram notificados com 72 horas de antecedência sobre os ataques planejados.

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Uma fonte diplomática turca afirmou à Reuters que o Irã também informou antecipadamente a Turquia sobre seus planos. O Irã justificou o ataque como uma resposta a "crimes israelenses" e declarou o assunto como encerrado.

Rússia, China, França e Alemanha, juntamente com os estados árabes Egito, Catar e Emirados Árabes Unidos, pediram moderação. O Conselho de Segurança da ONU estava agendado para se reunir neste domingo.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou aos jornalistas durante visita à China que "faremos tudo para evitar uma nova escalada" e advertiu contra continuar com essa abordagem.

A Casa Branca informou neste domingo que não se envolverá em uma possível retaliação de Israel contra os iranianos. A Turquia também alertou o Irã sobre a necessidade de evitar mais tensões na região.

Sobre a ofensiva iraniana

O ataque do Irã ocorreu em resposta a um suposto ataque israelense ao consulado iraniano na Síria em 1º de abril, que resultou na morte de comandantes da Guarda Revolucionária. Este evento ocorreu após meses de confrontos entre Israel e aliados regionais do Irã, decorrentes do conflito em Gaza.

O ataque, envolvendo mais de 300 mísseis e drones lançados principalmente do interior do Irã, causou apenas danos leves em Israel, uma vez que a maior parte dos projéteis foi interceptada com apoio dos EUA, Reino Unido e Jordânia.

Uma base da Força Aérea no sul de Israel foi atingida, mas permaneceu operando normalmente. Uma criança de 7 anos sofreu ferimentos graves por estilhaços, mas não houve outros danos graves relatados.