Depreciação: O que é? Como funciona? Entenda!

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Publicado em 13/07/2023 às 15:01h - Atualizado 10 meses atrás Publicado em 13/07/2023 às 15:01h Atualizado 10 meses atrás por Redação
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Depreciação é um conceito fundamental no mundo das finanças e contabilidade e que interfere diretamente no nosso dia a dia. Este termo refere-se à diminuição do valor de um ativo ao longo do tempo devido ao desgaste, obsolescência ou outros fatores externos. A depreciação é uma forma de reconhecer a perda de valor de um ativo ao longo do tempo. Nesse caso, quando alguém fala que um determinado ativo depreciou, significa que ele perdeu uma parte do seu valor. Para quem é investidor, esse conceito é importantíssimo, pois ele lhe permite ter uma visão geral de como os ativos de uma empresa estão reagindo ao longo do tempo. Se estão sofrendo valorização ou depreciação.

Como é calculada a depreciação?

Sempre que falamos sobre depreciação, há uma grande dúvida a respeito de como ela é calculada. Existem diferentes métodos para calcular a depreciação, sendo os mais comuns o método linear e o método de depreciação acelerada. O método linear distribui o custo do ativo ao longo de sua vida útil, enquanto o método de depreciação acelerada atribui uma taxa maior de depreciação nos primeiros anos de vida do ativo e uma taxa menor nos anos subsequentes. Na prática, para facilitar o seu entendimento, o primeiro método considera que há uma depreciação uniforme a cada ano. Assim, imagine que um ativo custa R$ 1000,00 e, por ano, deprecia em 10%. Logo, a vida útil dele é de 10 anos, tendo em vista que, ao final do período, terá tido uma depreciação completa. Já no caso do método da depreciação acelerada, é levado em consideração que nos primeiros anos haverá uma forte depreciação, mas que amenizará ao longo dos anos seguintes.

Fatores de Uso

Além disso, a depreciação também pode ser influenciada por fatores como valor residual e tempo estimado de vida útil do ativo. O valor residual é o valor estimado que o ativo terá no final de sua vida útil, enquanto o tempo estimado de vida útil é o período em que se espera que o ativo seja útil. No mercado financeiro, que é o nosso foco aqui, vemos que a depreciação afeta as demonstrações financeiras de uma empresa de várias maneiras. No demonstrativo de resultados, a depreciação é tratada como uma despesa e é deduzida da receita para determinar o lucro líquido. Isso reduz o lucro tributável da empresa, resultando em uma redução nos impostos a pagar. Além disso, a depreciação também afeta o balanço patrimonial. O valor do ativo é reduzido na demonstração do resultado abrangente e transferido para uma conta de depreciação acumulada no balanço. Isso reflete a perda de valor do ativo ao longo do tempo e afeta o valor contábil líquido da empresa.

Quais são os principais bens que sofrem depreciação?

Como bem comentamos no início deste nosso conteúdo, a depreciação não nos afeta apenas como investidor. A depreciação é algo que mexe completamente em nossa vida. Ela vai desde o momento em que compramos algo até o momento em que realizamos o investimento em uma empresa. Sendo assim, para que você consiga entender mais, vamos mostrar três bens que podem sofrer muita depreciação e que você precisa estar atento.

Imóveis

Comprar um imóvel é uma questão muito polêmica. Algumas pessoas comentam que vale a pena comprar imóvel, outras falam que imóvel sofre depreciação... Nesse ponto: não há um certo ou errado. Tanto pode existir casos de imóveis que valorizam, quanto aqueles casos de imóveis que depreciam. Existem vários fatores que podem levar à depreciação de imóveis. Um deles é o desgaste físico, que ocorre devido ao uso, envelhecimento e falta de manutenção adequada. Um imóvel que não é mantido regularmente pode apresentar problemas estruturais, como telhados vazando, sistemas elétricos ou hidráulicos obsoletos, que podem diminuir seu valor. Além disso, os imóveis também podem sofrer depreciação devido a fatores externos, como a localização e o mercado imobiliário. Por exemplo, uma mudança na infraestrutura local, como a construção de uma rodovia próxima, pode afetar negativamente o valor de um imóvel. Da mesma forma, mudanças nas tendências do mercado imobiliário, oferta e demanda, podem influenciar significativamente o valor de uma propriedade. É importante destacar que, embora a depreciação seja uma realidade para muitos imóveis, como comentamos antes, existem casos em que o valor dos imóveis pode aumentar ao longo do tempo. Por exemplo, em áreas com alta demanda imobiliária, uma valorização pode ocorrer devido ao desenvolvimento econômico, melhorias na infraestrutura, entre outros fatores. Sendo assim, é importante estar atento a todos esses pontos que destacamos para não comprar o imóvel em um terreno onde há potencialização de depreciação.

Depreciação dos Carros

Um outro bem que é muito comum de depreciar são os carros. Realmente os carros, principalmente os zero quilômetros, são os que mais depreciam. Apenas para que você tenha uma ideia, assim que um carro sai da concessionária, ele começa a perder valor. Isso acontece devido a vários fatores, incluindo desgaste, obsolescência e até mesmo por causa de novos modelos que vão saindo no mercado. O desgaste e a rodagem do carro são umas das principais causas da depreciação de carros. À medida que um veículo é usado, ele está sujeito a desgaste mecânico, como desgaste dos freios e deterioração dos componentes internos. Isso afeta bastante o preço dele. Além disso, o exterior do carro pode sofrer arranhões, amassados e outros danos ao longo do tempo. Todos esses fatores contribuem para a redução do valor do veículo.

Quilometragem

Mas, a questão que mais pesa nos carros é a rodagem. Quanto mais rodado o seu carro fica, no caso, com mais quilometragem, mais ele vai depreciando. Além disso, o mercado de automóveis em si influencia a depreciação. A oferta e a demanda, as tendências de novos modelos e a concorrência entre os fabricantes contribuem para que o seu veículo deprecie ainda mais. Somado a tudo isso, com o passar dos anos e a chegada de novos modelos, a tendência é que o seu modelo mais antigo comece a depreciar fortemente. É importante destacar que a depreciação de carros não ocorre em uma taxa constante ao longo do tempo. A maior parte da depreciação ocorre nos primeiros anos de propriedade de um veículo, geralmente chamados de "depreciação inicial". Após esse período, a taxa de depreciação tende a diminuir e se estabilizar. Dessa forma, como bem explicamos antes, podemos entender que os carros sofrem com uma depreciação acelerada. Essa depreciação prejudicará principalmente aquelas pessoas que pensam em revender os seus carros depois de um determinado período. Se este for o seu caso, a tendência é que você sofra com a depreciação dele.

Máquinas

Um outro tipo de bem que vai perdendo valor com o passar do tempo são os maquinários. Principalmente em indústria ou empresas no geral, onde há a necessidade de ter máquinas trabalhando, vemos que esse tipo de bem costuma ir sofrendo uma depreciação linear - no caso, ir perdendo o seu valor com o passar do tempo. Como você já pode imaginar, o que contribui bastante para a depreciação de máquinas é o fato delas serem utilizadas com frequência. Isso vai depreciando de pouco em pouco. É claro que, modelos bem cuidadas tendem a depreciar menos. Mas, juntando o uso frequente e o tempo de uso, as máquinas vão sofrendo depreciação. Portanto, esse é um outro tipo de bem que tende a ir perdendo o seu valor com o passar do tempo. Por isso, se você tem uma empresa ou precisa comprar algum tipo de máquina, é importante estar ciente disso. Agora, para completarmos ainda mais a questão da depreciação, iremos entrar em um ponto relevante: É possível evitar que algo deprecie? Vamos falar sobre isso agora:

Como evitar a depreciação?

Como bem comentamos anteriormente, a depreciação é uma realidade inevitável para a maioria dos ativos. No entanto, há algumas medidas que você pode tomar para evitar que esse processo ocorra de uma forma muito acelerada. Entre essas medidas, podemos destacar duas:

  1. Manutenção adequada: Uma manutenção regular e adequada pode ajudar a prolongar a vida útil dos ativos. Isso envolve realizar manutenções periódicas, limpeza, lubrificação e substituição de peças desgastadas. Esse conceito serve tanto para carros, quanto para máquinas e outros bens. Ao cuidar dos equipamentos e garantir que eles estejam em boas condições de funcionamento, é possível reduzir o desgaste prematuro e estender sua vida útil.
  2. Monitoramento e controle de uso: Principalmente em empresas que utilizam diversos maquinários, vemos que é de suma importância monitorar o uso desses maquinários. Muitas vezes, eles podem estar sendo usados de uma forma inadequada, o que com certeza prejudica a vida útil.

Dessa forma, embora não seja possível evitar completamente a depreciação, essas medidas podem ajudar. Seguindo elas, conseguimos reduzir os impactos e velocidade de desgaste, reduzindo a depreciação. É sempre bom ter em mente que uma gestão cuidadosa dos ativos, combinada com estratégias de manutenção adequada, reduz fortemente os danos da depreciação.

Importância do conceito de depreciação no Mercado Financeiro

Como sabemos que boa parte dos nossos leitores aqui no Investidor10 são ligados ao mercado financeiro, é importante fecharmos com a importância da depreciação na hora de analisarmos empresas. Assim como abordamos algumas vezes ao longo deste nosso conteúdo, a depreciação afeta praticamente todos os bens. Por isso, no mercado de capitais, ao analisar uma empresa, é muito importante vermos como está a depreciação do patrimônio dela. Se o negócio sofre fortemente com depreciações, pode ser que algo não esteja certo em sua gestão. É claro que, como bem comentamos, a depreciação é algo natural. Mas, sofrer de forma demasiada com ela pode ser um mau indicador. Principalmente no quesito imóveis, como bem ressaltamos, a escolha de uma má localização pode afetar e muito na depreciação. Por isso, todos esses quesitos são válidos de analisar em um negócio, antes de investir nele. Antes de fechar este conteúdo, veja também alguns dos nossos últimos artigos.