Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
🌊 Desde o ano passado, uma região muito específica do Brasil ganhou notoriedade em nível mundial. Trata-se da Margem Equatorial, uma grande porção de água situada na parte norte do país, entre os estados de Amapá e Rio Grande do Norte.
A região se tornou conhecida em razão das tratativas da Petrobras (PETR4) em iniciar uma exploração de petróleo. Segundo a companhia estatal, essa faixa de 2,2 mil km, situada fora do continente, tem grandes reservas do óleo.
O Plano Estratégico da Petrobras para o próximo quadriênio, inclusive, prevê investimentos de até R$ 15 bilhões para viabilizar a perfuração de 16 poços. Esse orçamento representa mais de um terço do total previsto pela companhia para investimentos.
“Pelas características do óleo e pela estimativa dos volumes existentes, a Margem Equatorial desperta interesse não só da indústria brasileira, como também do mercado internacional de petróleo e gás, que identifica oportunidades promissoras na região que precisam ser desenvolvidas”, destaca a empresa.
Por isso, essa parte do território brasileiro já é considerada o novo “pré-sal”, em referência à 2006, quando o Brasil descobriu grandes reservas do óleo abaixo da camada de sal. A Margem Equatorial, no entanto, tem potencial para captação de outros combustíveis, como o gás natural.
A MEQ é formada por 5 bacias sedimentares: Foz do Amazonas; Pará-Maranhão; Barreirinhas; Ceará; Potiguar. Se autorizada, a exploração do petróleo deve acontecer a uma distância de 175 km da costa e a mais de 2,8 mil metros de profundidade.
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Como o próprio nome diz, a Margem Equatorial está situada bem próxima à linha do Equador, uma geolocalização bastante privilegiada na geografia mundial. O Brasil divide essas águas com outros países vizinhos, que também estudam ou planejam iniciar operações de extração de petróleo.
No caso do Brasil, esse projeto é ainda mais importante porque representa uma diversificação do portfólio de extração, hoje muito focado na Bacia de Santos. Essa região, localizada entre Sudeste e Sul do país, é responsável por 75% do petróleo captado no país atualmente.
O governo da Guiana (antiga Guiana Britânica) tem visto um crescimento acelerado de sua econômica em razão das incursões que faz justamente nesta região. Só em 2022, o PIB do país vizinho cresceu impressionantes 63,4%, segundo dados do Banco Mundial, liderando a lista global.
"É como se o país tivesse ganhado na loteria. É uma chance que só aparece uma vez na vida. Há um otimismo muito grande no país", disse Diletta Doretti, representante do Banco Mundial para a Guiana e Suriname, à BBC News Brasil.
🐟 Um dos problemas em relação à abertura de poços de exploração na Margem Equatorial é justamente sobre o impacto ao meio ambiente. Muitos especialistas destacam que os impactos sobre as comunidades nativas e à sustentabilidade serão grandes.
É importante destacar que a região está bem perto da Floresta Amazônica, por isso há um temor sobre as pressões que pode causar sobre a biodiversidade não só da região, mas de todo o país. Analistas também pontuam que existem sistemas completos de recifes próximos da região, que podem ser afetados pela atividade petroleira.
Apesar disso, a petroleira afirma que serão usados equipamentos e técnicas inovadoras que devem reduzir esses impactos. A empresa é concessionária de 42 blocos de exploração na região, conforme edital da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural).
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.