Ibovespa sobe 0,45% e encerra sequência de quedas com apoio de bancos e varejo

O avanço foi impulsionado pelo alívio no cenário geopolítico global e pela leitura mais construtiva da Ata do Copom.

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Publicado em 24/06/2025 às 18:09h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 24/06/2025 às 18:09h Atualizado 10 horas atrás por Matheus Silva
No pico do dia, o índice chegou a recuperar a marca dos 138 mil pontos (Imagem: Shutterstock)

🚨 Após quatro sessões consecutivas de perdas, o Ibovespa voltou ao campo positivo nesta terça-feira (25), encerrando o pregão com alta de 0,45%, aos 137.164,61 pontos.

O avanço de 614,11 pontos foi impulsionado pelo alívio no cenário geopolítico global e pela leitura mais construtiva da Ata do Copom.

No pico do dia, o índice chegou a recuperar a marca dos 138 mil pontos, mas perdeu força ao final da sessão.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,29%, a R$ 5,519, devolvendo parte da queda registrada no dia anterior. Já os contratos de juros futuros recuaram ao longo de toda a curva, em linha com a percepção de fim do ciclo de aperto monetário.

Copom sinaliza estabilidade prolongada da Selic

A Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã, confirmou o tom duro adotado pelo Banco Central ao elevar a taxa básica de juros para 15% ao ano na semana passada.

O documento trouxe cinco menções ao compromisso de manter os juros elevados por um período prolongado, sugerindo que os cortes devem ser postergados para 2026.

Apesar disso, o mercado viu o conteúdo como um indicativo de que o ciclo de alta chegou ao fim.

Análise da XP Investimentos apontou que o Copom reconheceu sinais de moderação na atividade econômica e desaceleração da inflação, ainda que em níveis acima da meta. Segundo o comitê, é hora de observar os impactos do aperto monetário já realizado.

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Alívio geopolítico reforça apetite por risco

Outro fator que contribuiu para o bom humor do mercado foi a aparente trégua no conflito entre Irã e Israel.

Apesar de não haver confirmação oficial, declarações de Donald Trump sobre um cessar-fogo e a redução das tensões na região foram suficientes para provocar nova queda nos preços do petróleo. O Brent recuou mais 6%, após já ter caído 7% na véspera.

Esse movimento foi bem recebido pelas Bolsas globais. Os principais índices de Nova York subiram de forma mais consistente, e os mercados europeus também fecharam em alta, refletindo o alívio com a perspectiva de estabilização geopolítica.

Powell mantém discurso duro e mercado ajusta apostas

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, participou de audiência na Câmara dos Representantes e reforçou o compromisso da instituição com o combate à inflação.

Powell evitou se comprometer com cortes de juros em curto prazo e afirmou que ainda é cedo para avaliar os efeitos das tarifas comerciais e da situação no Oriente Médio.

A fala gerou leve aumento nas apostas de manutenção dos juros pelo Fed em julho. Ainda assim, o recuo da confiança do consumidor americano em junho adicionou um contraponto, sugerindo que os impactos das altas de juros seguem presentes.

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Bancos e varejo lideram ganhos no Ibovespa

Na Bolsa brasileira, o otimismo se refletiu especialmente nas ações de bancos e varejistas. A expectativa de fim do aperto monetário reforçou o interesse por papéis ligados à economia doméstica.

Entre os varejistas:

Petrobras recua com petróleo e Vale oscila

Na outra ponta, os papéis da Petrobras (PETR4) recuaram 1,97%, pressionados pela queda do petróleo, apesar de isso também reduzir a defasagem nos preços praticados pela estatal.

Outras petroleiras, como PRIO (PRIO3) e Brava (BRAV3), também sentiram o impacto, caindo 3,91% e 6,90%, respectivamente.

A Vale (VALE3) teve leve baixa de 0,02%, após oscilação durante toda a sessão, mesmo com o minério de ferro registrando alta.

Fora do índice, a C&A (CEAB3) subiu 2,64%, enquanto a São Martinho (SMTO3) caiu 2,47% após divulgar queda de mais de 80% no lucro trimestral.

A Copel (CPLE6) teve alta de 0,40%, após anunciar migração para o Novo Mercado.

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Expectativas para a quarta-feira

Nesta quarta-feira, o mercado volta as atenções para o segundo dia de depoimento de Powell, desta vez no Senado dos EUA. Também serão divulgados dados do setor imobiliário americano.

📊 No cenário internacional, os desdobramentos das tensões no Oriente Médio seguem no radar e podem mudar o roteiro dos próximos capítulos no mercado financeiro.