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Donald Trump tomou posse como o 47º presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), prometendo proteger a indústria americana e elevar a produção de petróleo. São medidas que podem impactar toda a economia mundial e, por isso, devem ficar no radar dos investidores.
💲 No seu discurso de posse, Trump reforçou a intenção de impor tarifas comerciais "para proteger os trabalhadores e as famílias americanas". Segundo especialistas, é uma medida prejudicial para empresas exportadoras de países como o Brasil e que ainda pode pressionar a inflação americana, já que tende a elevar os preços dos produtos importados pelos Estados Unidos.
Também há um receio de que a política imigratória de Trump pressione a inflação. O republicano prometeu deportar os imigrantes ilegais do país, além de barrar a entrada de imigrantes pela fronteira com o México. Contudo, a redução do número de imigrantes pode afetar a força de trabalho disponível nos Estados Unidos, levando a um aumento dos salários.
Diante desse cenário, a perspectiva é de que a inflação e os juros americanos sigam pressionados, apesar da promessa de Trump de elevar a produção americana de petróleo para conter os preços da energia. E juros altos nos Estados Unidos tendem a valorizar o dólar, pressionando moedas emergentes como o real. Além disso, uma maior produção de petróleo poderia reduzir os preços da commodity, afetando a margem de lucro das petroleiras.
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💵 Segundo analistas, o Brasil pode ser afetado negativamente pelas medidas econômicas defendidas por Trump em três frentes principais: o aumento do dólar, as barreiras à exportação e a potencial redução dos preços do petróleo.
Head da mesa Internacional da Nomos, Bruna Allemann observou que o aumento do dólar tende a aumentar os custos de produtos importados, como insumos industriais, combustíveis e bens de consumo. Logo, também pode levar a um aumento da inflação e dos juros no Brasil.
"O Banco Central do Brasil pode ser obrigado a aumentar as taxas de juros, como uma forma de atrair capital estrangeiro e estabilizar a moeda. No entanto, isso cria um dilema: enquanto juros mais altos ajudam a conter a inflação, eles também encarecem o crédito e desaceleram o crescimento econômico, afetando negativamente setores como o varejo e a construção civil", afirmou.
Segundo ela, a valorização do dólar também tende a aumentar os custos operacionais e pressionar as margens de lucro do varejo e das companhias aéreas. Por isso, empresas como Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) podem enfrentar desafios adicionais.
Já as tarifas comerciais prometidas por Trump podem "afetar a indústria brasileira, tendo em vista que os Estados Unidos é um parceiro gigantesco do Brasil em diversas áreas, principalmente commodities", lembrou o head de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes.
⚒️ Segundo ele, o setor metalúrgico deve ser o mais afetado por essas tarifas no Brasil. Por isso, os investidores devem ficar atentos ao desempenho de empresas como CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5). A Gerdau (GGBR4), por sua vez, pode driblar esses impactos já que tem uma presença significativa nos Estados Unidos e, por isso, poderá continuar vendendo livremente para a indústria americana.
Logo após a eleição de Trump, o CFO da Gerdau, Rafael Japur, admitiu que a operação americana da companhia poderia se dar bem no novo governo americano. Afinal, Trump promete incentivar a industrialização local, em especial a produção automotiva, o que deve elevar a demanda por aço nos Estados Unidos.
O republicano ainda quer elevar a produção americana de petróleo, para baixar os preços da energia e elevar as exportações americanas. A medida, no entanto, deve elevar a oferta e baixar o preço da commodity, o que pode afetar as petroleiras da B3. No caso da Petrobras (PETR4), no entanto, a expectativa é de que esse impacto seja contido pela alta do dólar, já que grande parte da receita da estatal é dolarizada.
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🗺️ A Gerdau não é a única empresa listada na B3 que pode se dar bem no governo Trump. Afinal, companhias como Weg (WEGE3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) também têm operação nos Estados Unidos. Os frigoríficos, por sinal, ainda ganham com a alta do dólar, assim como empresas com forte exposição global, a exemplo da Embraer (EMBR3).
Em relatório publicado logo após a eleição de Trump, a XP também apontou oportunidades para Braskem (BRKM5) e Aura Minerals (AURA33). Isso porque a petroquímica tem receita em dólar e a mineradora é especializada em ouro, um ativo de proteção que pode ser mais buscado pelos investidores nesse cenário de incerteza.
Além disso, acredita-se que um aumento da tensão entre Estados Unidos e China poderia elevar a demanda por produtos agrícolas brasileiras, beneficiando as exportações de SLC Agrícola (SLCE3) e BrasilAgro (AGRO3). Segundo a XP, a Rumo (RAIL3) também poderia ganhar neste cenário.
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Apesar dessas apostas, os analistas dizem que ainda há muitas incertezas sobre de fato quais promessas de campanha serão executadas por Donald Trump. Também lembram que a bolsa brasileira tem sofrido com a alta dos juros e a percepção de risco fiscal. Por isso, recomendam cautela aos investidores.
Alexandre Pletes, da Faz Capital, por exemplo, recomenda um foco maior em setores estáveis, como energia elétrica, saneamento e financeiro, que têm contratos predeterminados e são pagadores de dividendos. Já o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, tem apostado mais na renda fixa.
Outra opção é investir diretamente nos Estados Unidos. Afinal, a renda fixa americana também está pagando juros atrativos e as bolsas americanas apresentam uma gama de setores mais diversificada do que a brasileira. As principais empresas de tecnologia do mundo, por exemplo, estão listadas nos Estados Unidos e podem se dar bem no governo Trump, caso o republicano cumpra a promessa de facilitar o mercado de IA (Inteligência Artificial).
"Investir diretamente em ativos no exterior, especialmente nos Estados Unidos, pode servir como proteção contra a volatilidade cambial e riscos locais", comentou Bruna Allemann, da Nomos. Segundo ela, além da tecnologia, os investidores devem ficar de olho nas empresas de saúde, nos bancos e no mercado imobiliário dos Estados Unidos.
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