Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) já perdeu cerca de R$ 46,5 bilhões em valor de mercado desde a decisão do governo de trocar o comando da companhia. É mais do que o valor da segunda maior player do mercado na B3: a Prio (PRIO3).
📉 Com a mudança de gestão, o valor de mercado da Petrobras sofreu um baque de R$ 34 bilhões na quarta-feira (15) e encolheu mais R$ 12,5 bilhões nesta quinta-feira (16), segundo levantamento do CEO da Elos Ayta Consultoria de Mercado, Einar Rivero.
O baque acumulado de R$ 46,5 bilhões é maior do que o valor de mercado da Prio, que está avaliada em aproximadamente R$ 42 bilhões e desponta como a "petroleira júnior" mais valiosa da B3 atualmente.
A quantia ainda é mais do que o dobro do valor de mercado combinado das outras três petroleiras juniores da bolsa brasileira, que soma R$ 19,9 bilhões. Veja o valor de mercado de cada uma dessas companhias, segundo dados do Investidor10:
A perda dos últimos dias levou o valor de mercado da Petrobras para abaixo dos R$ 500 bilhões pela primeira vez desde o começo de abril, quando a companhia ainda enfrentava o efeito da crise do não pagamento de dividendos extraordinários.
De acordo com levantamento do CEO da Elos Ayta Consultoria de Mercado, Einar Rivero, a Petrobras era avaliada em R$ 542,9 bilhões na terça-feira (14), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Jean Paul Prates e indicou Magda Chambriard para o comando da Petrobras.
💲 Esse valor, no entanto, caiu para R$ 508,9 bilhões na quarta-feira (15) e atingiu R$ 496,4 bilhões nesta quinta-feira (16). São R$ 70,5 bilhões a menos do que o recorde de mercado de R$ 566,9 bilhões alcançado em 19 de fevereiro, quando o mercado estava na expectativa pelos dividendos extraordinários de 2023.
O baque acumulado nos dois dias seguintes à troca de comando da Petrobras, no entanto, ainda é menor do que o sofrido no dia seguinte à notícia de que os dividendos extraordinários seriam retidos pela companhia. A Petrobras perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado em 8 de março e levou 42 dias para reverter o tombo.
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Grande parte do baque visto nos últimos dias, contudo, também diz respeito aos dividendos da companhia. A avaliação do mercado é de que o governo terá mais poder sob as decisões da Petrobras com a mudança de gestão. Lula, por sinal, já pediu que Magda Chambriard acelere os investimentos que podem gerar empregos no país.
Mais investimentos, no entanto, podem impactar os valores que estarão disponíveis para remuneração dos acionistas. É que a Petrobras tem o compromisso de distribuir 45% do fluxo de caixa livre aos acionistas, sempre que a dívida bruta for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no seu plano estratégico, atualmente de US$ 65 bilhões.
O fluxo de caixa livre corresponde ao fluxo de caixa operacional deduzido das aquisições de ativos imobilizados, intangíveis e participações societárias, ou seja, fluxo de caixa operacional menos investimentos.
Diante dessas dúvidas, as ações da Petrobras caíram mais de 6% na quarta-feira (15) e mais de 2% nesta quinta-feira (16). A ação ordinária da Petrobras fechou negociada a R$ 39,29 e a preferencial a R$ 37,31.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.