Com juros futuros em alta, Ibovespa cai mais de 1% e dólar vai a R$ 5,75

Mercado teme que o BC tenha que levar a Selic para além dos 15% para conter a inflação.

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Publicado em 24/02/2025 às 18:15h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 24/02/2025 às 18:15h Atualizado 2 minutos atrás por Marina Barbosa
Dólar fechou no maior patamar em quase 10 dias (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa caiu mais de 1% e o dólar subiu para R$ 5,75 nesta segunda-feira (24), com o mercado prevendo novas altas da taxa Selic.

📉 O principal índice da B3 afundou 1,36% e, com isso, perdeu mais de 1,7 mil pontos em uma única sessão. Fechou aos 125.401 pontos, o menor patamar desde 7 de fevereiro.

Já o dólar avançou 0,42% e terminou o dia cotado a R$ 5,75, o maior valor em cerca de 10 dias.

O mau humor do mercado veio da possibilidade de que os juros brasileiros subam mais do que o esperado inicialmente.

💲 Segundo o Boletim Focus, o mercado ainda projeta uma Selic de 15% no final de 2025. Esta taxa terminal, no entanto, foi questionada diante do noticiário desta segunda-feira (24).

O Focus, por outro lado, mostrou uma elevação da expectativa de inflação para 2025. Segundo o boletim, o mercado projeta um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,65% para este ano, acima da meta.

Além disso, o governo federal mostrou que pretende continuar mantendo a economia aquecida, o que pode pressionar ainda mais a inflação e, consequentemente, os juros, na avaliação do mercado.

🗣️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (24) que a economia brasileira vai crescer "mais que o previsto" em 2025.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, adiantou que o país criou mais de 100 vagas de empregos formais em janeiro e disse que quer continuar criando emprego de qualidade "o ano inteiro".

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a intenção do governo de editar uma MP (Medida Provisória) para permitir que os trabalhadores demitidos possam retirar recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) mesmo depois de ter feito um saque-aniversário.

O saque do FGTS deve ser tema de uma reunião do presidente Lula com as centrais sindicais nesta terça-feira (25).

Diante da força da atividade econômica e de mais essa medida de estímulo, o mercado teme, então, que o BC (Banco Central) tenha que levar a Selic para além dos 15% para conter a inflação.

EUA

Nos Estados Unidos, as bolsas também começaram a semana pressionadas, com o mercado na expectativa pelos dados inflação, por mais uma leitura do PIB (Produto Interno Bruto) e pelo balanço da Nvidia (NVDC34), que saem nesta semana.

O destaque ficou com as ações da Berkshire Hathaway (BERK31), que saltaram 4,23% depois de a companhia reportar resultados recordes no quarto trimestre de 2024.

Veja o fechamento das bolsas americanas:

  • Dow Jones: 0,08%.
  • S&P 500: -0,50%;
  • Nasdaq: -1,21%.

Baixas

A alta dos juros futuros pressionou as ações de empresas ligadas à economia doméstica, como as varejistas e construtoras. O Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, perdeu 5,63% e a MRV (MRVE3) afundou 6,79%.

Empresas com alto índice de endividamento também sofreram. Vide a Cosan (CSAN3), que recuou 4,53%.

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) também não ajudaram o Ibovespa, pois fecharam com quedas de 0,70% e 0,91%, respectivamente.

Veja outras baixas do dia:

Altas

Por outro lado, a Azul (AZUL4) avançou 4,13% depois de sair do prejuízo e lucrar no quarto trimestre de 2024.

Já a Irani (RANI3) saltou 4,02%, após propor dividendos de quase R$ 0,50 por ação.

Veja outras altas do dia: