B3 (B3SA3): Volume de ações na B3 tem queda de 0,4% em setembro
O giro de mercado ficou em 123,1%, superior aos 119,3% de um ano antes.
A B3 (B3SA3) vem perdendo uma série de empresas. E, ao mesmo tempo, não é palco para um IPO (oferta pública inicial de ações) há anos.
📉 Com isso, o número de companhia listadas na bolsa de valores brasileira caiu ao menor patamar em quase cinco anos.
Segundo dados divulgados na terça-feira (14) pela B3, havia 415 empresas listadas na bolsa no final de setembro.
Este é o menor número desde janeiro de 2021, quando o número de companhias com ações no mercado brasileiro era de 409.
Contudo, a tendência é de que este número siga em queda nos próximos meses. Afinal, outras empresas estão em vias de sair (ou até já saíram) da B3.
Santos Brasil e Reag Capital Holding encerraram seu capítulo na bolsa no início deste mês de outubro.
👋 Já Wilson Sons (PORT3), Tekno (TKNO3) e Serena Energia (SRNA3) podem deixar a B3 nas próximas semanas.
A Wilson Sons ganhou um novo controlador, que pretende fechar o seu capital, em junho. Por isso, será alvo de uma OPA (Oferta Pública de Aquisições) no próximo dia 23 de outubro.
A Tekno também ganhou um novo controlador e deve deixar a bolsa em 3 de novembro, após 48 anos de listagem.
Já a Serena Energia está em processo de reorganização societária e tem uma OPA marcada para o dia 4 de novembro.
✈️ Além disso, outras empresas anunciaram planos de deslistagem recentemente, a exemplo da Gol (GOLL54).
A aérea anunciou na segunda-feira (13) o plano de fechar o capital, com o objetivo de reorganizar suas operações, fomentar sinergias e reduzir custos.
No mesmo dia, o BTG Pactual (BPAC11) confirmou a intenção de incorporar o Banco Pan (BPAN4). A operação busca ampliar as sinergias entre as instituições, mas deve levar à saída do Pan da B3.
Antes disso, o Banco Mercantil do Brasil (BMEB4) já havia anunciado a intenção de fechar o capital da Mercantil Financeira (MERC4), dada a baixa liquidez do papel.
👀 Além disso, há rumores de que a Neoenergia (NEOE3) e a Desktop (DESK3) podem seguir o mesmo caminho.
Controladora da Neoenergia, a Iberdrola comprou a fatia da Previ na elétrica, ampliando a sua participação para 83,8% e reforçando a especulação sobre uma OPA.
Já a Desktop está na mira da Claro, que avalia comprar a operadora de internet para avançar no mercado de fibra ótica e ampliar sua presença no mercado paulista.
Se a deslistagem de todas essas empresas se confirmar, a B3 deve sofrer uma nova baixa considerável, o que levaria o número de empresas listadas na bolsa brasileira aos níveis da pandemia de covid-19.
A B3 contava com cerca de 390 empresas listadas no início de 2020, ano da pandemia. Contudo, viu esse número disparar para 463 no final de 2021, em meio à recuperação da covid-19 e os juros baixos daquela época.
Para se ter ideia, 28 empresas abriram o capital na B3 em 2020. E outras 46 fizeram o seu IPO em 2021. Foi o segundo maior número da série histórica da B3, atrás apenas dos 64 IPOs registrados em 2007.
❌ Desde o final de 2021, no entanto, a B3 não é palco para nenhum IPO. As empresas que estrearam na bolsa desde então foram alvo de outras operações.
A OranjeBTC (OBTC3), por exemplo, estreou na bolsa na semana passada depois de um IPO reverso. Ou seja, por meio da aquisição de uma empresa já listada, com a posterior mudança do seu nome e ticker de negociação. Neste caso, o alvo foi a Intergraus.
Também foi assim que a Reag Investimentos (REAG3) chegou à bolsa no início de 2025, após a aquisição do controle da Getninjas.
Contudo, especialistas dizem que o jejum de IPOs deve continuar por mais algum tempo. Afinal, os atuais juros altos reduzem a atratividade da renda variável e a eleição presidencial do próximo ano promete impactar o humor do mercado.
📅 Diante disso, a expectativa dos analistas é de que uma nova janela de IPOs seja aberta na B3 só no final de 2026, apesar dos planos de empresas como a Cedae de abrir o capital.
Até lá, é esperar para ver se as empresas de capital aberto brasileiras continuarão sendo alvo de aquisições e reorganizações societárias que levam a sua saída da bolsa ou se o número de empresas listadas na B3 vai estabilizar.
De toda forma, a B3 tem buscado diversificar suas atividades para conseguir lidar com os altos e baixos do mercado de ações e também com a possível chegada de novas bolsas de valores no Brasil. Por isso, tem lançado novos produtos, estuda estender os horários de negociação e está investindo em serviços de crédito, tecnologia e dados.
O giro de mercado ficou em 123,1%, superior aos 119,3% de um ano antes.
Se confirmada, a mudança de trajetória da Selic pode redesenhar o mapa da B3, beneficiando alguns setores mais do que outros.