Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O governo não pensou em mudar o comando da Petrobras (PETR4) diante da crise desencadeada pelo não pagamento de dividendo extraordinários pela companhia. Foi o que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira (11).
🗣️ "É mais uma grande especulação", afirmou Silveira, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de saída do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. "Em nenhum momento isso foi cogitado", acrescentou o ministro.
Silveira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participaram de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Petrobras nesta segunda-feira (11). Na saída, disseram que o encontro focou no plano de transição energética e não nos dividendos da estatal.
Ao final da reunião, o Palácio do Planalto disponibilizou uma foto em que Lula, Prates, os ministros e outros integrantes do governo aparecem juntos e sorrindo.
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💰 A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o segundo maior da sua história. Com isso, teve um lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões. O valor, no entanto, não foi distribuído em forma de proventos aos acionistas, como esperava o mercado, mas retido nas reservas da companhia.
Por isso, as ações da estatal desabaram na Bolsa, fazendo a empresa perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado só na sexta-feira (8). Lula falou em "choradeira do mercado" e disse que a Petrobras deve pensar em todos os brasileiros e não apenas nos seus acionistas.
Assim como o presidente da Petrobras havia dito na sexta-feira (8), no entanto, o ministro de Minas e Energia disse nesta segunda-feira (11) que os recursos retidos pela companhia ainda podem ser distribuídos aos acionistas em forma de dividendos.
Segundo Silveira, esta é uma questão "dinâmica". Ele também disse, contudo, que Lula está atento aos investimentos e à geração de empregos por parte das empresa públicas e que "os investidores sabem, quando compram as ações da Petrobras, que o governo é o controlador".
"A mensagem real e adequada é de que os recursos apurados de lucro que não são obrigatórios a ser dividendos foram para a conta de contingência, que remunera o capital e que, em um momento oportuno, o Conselho de Administração da companhia pode reavaliar a possibilidade de dividir parte ou totalidade (com os acionistas)", disse Silveira.
"O que foi decidido pelo Conselho é que a distribuição dos lucros extraordinários vai ser feita à medida que ficar claro que isso não vai comprometer o plano de investimentos da companhia. Ao invés de fazer a distribuição de 100% dos dividendos, se julgou a conveniência de, à luz dos desdobramentos dos investimentos das próximas semanas e meses, o Conselho voltar a se reunir para julgar a conveniência de quanto e quando fazer", acrescentou o ministro Fernando Haddad.
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Como acionista majoritário da Petrobras, o governo federal seria o maior beneficiado pela distribuição de dividendos extraordinários. O ministro Fernando Haddad reconheceu nesta segunda-feira (11) que os proventos poderiam ajudar a melhorar a situação fiscal, mas garantiu que a Fazenda não estava contando com esses recursos no Orçamento de 2024.
"No Orçamento Geral da União, o que consta de receita são os lucros extraordinários. A Fazenda não fez o Orçamento contando com a distribuição de dividendos extraordinários. Se vierem a ser distribuídos, melhora nossas condições. Mas não estamos dependendo disso", afirmou Haddad. Segundo ele, a intenção é deixar o Conselho de Administração da Petrobras "com grau de liberdade para julgar quanto e quando distribuir" aos acionistas.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.