Fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) vai desbancar a Petrobras (PETR4)?

A fusão promete alterar competitividade do setor e abrir caminho para uma consolidação das ‘junior oils’.

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Publicado em 12/04/2024 às 17:28h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/04/2024 às 17:28h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues

📈 No cenário dinâmico do mercado de petróleo brasileiro, um acordo histórico foi selado entre duas petroleiras juniores, a 3R Petroleum (RRRP3) e a Enauta (ENAT3).

Esta fusão, que também envolve a participação da Maha Energy Offshore, promete não apenas alterar a paisagem competitiva do setor, mas também abrir caminho para uma consolidação sem precedentes.

Sob os termos deste acordo, a 3R Petroleum irá incorporar todas as ações da Enauta, com os acionistas desta última recebendo ações ordinárias da 3R em troca.

Esta operação resultará em uma nova composição do capital social da 3R, com os acionistas originais detendo 53% das ações e os acionistas da Enauta detendo os restantes 47%.

Os maiores acionistas da nova empresa serão:

  • Bradesco, com 9%;
  • Jive, com 7,6%;
  • Famílias Gerdau e Queiroz Galvão, com cerca de 6%; e
  • Maha Energy com 2,17%.

Esta composição acionária diversificada reflete o compromisso de ambas as empresas com uma governança corporativa sólida e transparente.

Um aspecto importante combinado pelas companhias é o direito de exclusividade concedido à 3R e à Enauta para analisar a potencial fusão, com um prazo inicial de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

Durante este período, ambas as empresas realizarão diligência confirmatória para garantir a transparência e viabilidade do negócio.

Além disso, a fusão prevê o roll-up da participação de 15% da Maha na 3R Offshore, o que resultará em uma participação de 2,17% na nova empresa integrada.

‘Super produção’: Nova empresa deve produzir 120 mil barris em 2025

📊 A combinação de negócios não apenas fortalecerá a posição das duas empresas no mercado, mas também terá um impacto significativo na produção de barris de óleo.

Com uma produção diária combinada de 75 mil barris no mês de março e projetada para atingir 120 mil barris em 2025, segundo os relatórios de produção das companhias,a nova entidade resultante da fusão se posicionará como uma das líderes do setor.

Para efeito de comparação, a PRIO (PRIO3), uma das principais petroleiras do Brasil, divulgou no relatório de março de 2024, uma produção de cerca de 88 mil barris por dia.

Já a Petrobras (PETR4) atingiu uma produção média diária de 2,94 milhões de barris ao final de 2023, de acordo com o release de resultados da companhia.

Além do aumento significativo na produção, a fusão também trará benefícios financeiros substanciais para a nova empresa.

Com reservas 2P previstas para ultrapassar os 700 milhões de barris e uma alavancagem de apenas 1,4x EBITDA, a nova entidade nasce com uma estrutura de capital saudável e sólida.

Nos resultados divulgados referente ao quarto trimestre de 2023, a 3R Petroleum registrou uma receita líquida de R$ 1,8 bilhão, uma alta de 315,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. 

a Enauta registrou uma receita líquida de R$ 427 milhões, representando uma queda de 35% na comparação anual.

Uma fonte próxima às empresas revelou que, devido à estrutura de capital saudável, a nova companhia tem potencial para se tornar uma forte pagadora de dividendos.

Além disso, o CEO da nova empresa será Décio Oddone, atual CEO da Enauta, enquanto o top management será uma combinação de executivos das duas empresas. O conselho será dividido igualmente entre 3R e Enauta, com o chairman vindo do lado da 3R.

Mudança no mercado: Petrobras (PETR4) perderá protagonismo?

🛢️ É importante destacar que esta fusão não ocorre no vácuo, mas sim em um contexto de mudanças significativas no mercado de petróleo brasileiro.

Com a Petrobrasreduzindo sua participação em diversos segmentos do mercado, abre-se espaço para que empresas menores assumam um papel mais proeminente.

Esta fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta é um reflexo dessa nova dinâmica e representa uma oportunidade única para as duas empresas consolidarem suas posições e expandirem suas operações.

No entanto, é importante reconhecer que esta fusão não está isenta de desafios. A integração de duas empresas com culturas e operações distintas pode apresentar obstáculos, assim como a necessidade de garantir a aprovação regulatória para a transação.

Além disso, a nova empresa formada enfrentará a concorrência acirrada de outras petroleiras, tanto nacionais quanto internacionais, o que exigirá uma estratégia sólida e um compromisso firme com a excelência operacional.

Em termos de impacto no mercado de ações, esta fusão pode representar possíveis oportunidades para os acionistas tanto da 3R Petroleum quanto da Enauta.

No entanto, é fundamental que os investidores realizem uma análise cuidadosa das perspectivas futuras da nova empresa e avaliem os riscos e oportunidades associados a ela.

Para auxiliar os investidores nessa análise, nosso portal oferece uma ferramenta poderosa: o comparador de ações.

Com esta ferramenta, os investidores podem comparar os indicadores-chave como indicadores de rentabilidade, evolução das receitas, lucros, múltiplos e muitos mais, permitindo uma tomada de decisão informada e estratégica.

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Em suma, a fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta representa um marco significativo no setor de petróleo brasileiro.

Esta operação não apenas altera a paisagem competitiva do mercado, mas também abre novas oportunidades para as empresas envolvidas e seus acionistas.

No entanto, é importante reconhecer os desafios que acompanham essa fusão e adotar uma abordagem fundamentada ao avaliar suas implicações no mercado de ações.