FI-Infra: Qual pagador de dividendos mensais está mais acima do Tesouro Direto?

💰 Enquanto a renda fixa do governo alcança patamares de juros compostos próximos de 16% ao ano nesta reta final de 2024, existe também uma maneira mais diversificada de investir em debêntures (que são títulos de dívidas das empresas e que costumam pagar acima do Tesouro Direto), sem correr tanto risco de crédito ou abrir mão de liquidez. Afinal, é por isso que existem os FI-Infras.

Os fundos de infraestrutura (FI-Infra) são bastante parecidos com os fundos imobiliários, já que também pagam dividendos mensais aos seus cotistas. A diferença é que essa categoria apenas investe o dinheiro de seus cotistas em títulos de dívidas de companhias que adquiram concessões.

Como forma do próprio governo brasileiro incentivar projetos de infraestrutura pelo país, os FI-Infras são isentos de imposto de renda (IR) tanto no recebimento de dividendos, quanto em ganhos de capital (quando o investidor vende suas cotas com lucro, já que o FI-Infra reproduz a vantagem tributária das debêntures incentivadas).

Segundo relatório do BTG Pactual, publicado nesta terça-feira (17), alguns fundos de infraestrutura chegam a render quase 500 pontos-base acima do que o Tesouro IPCA+ oferece atualmente, lembrando que tais títulos públicos indexados à inflação estão bem próximos do patamar de juros reais de 8% ao ano.

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FI-Infra X Tesouro Direto

Nesse sentido, os analistas de crédito privado Frederico Khouri e Luís Gonçalves apontam o Bocaina FIC FI-Infra (BODB11) como o fundo de infraestrutura (disponível aos investidores em geral) que paga o maior rendimento acima do Tesouro IPCA+, com tal spread em 479 pontos-base.

📈 "O Bocaina Infra é um fundo que busca a valorização das suas cotas através da aquisição de ativos de renda fixa, em sua maior parte Debêntures Incentivadas em Infraestrutura, bem como do ganho de capital com a compra e venda dos mesmos", escreve a dupla de especialistas, em relatório do banco.

Já entre os FI-Infras voltados aos investidores qualificados (quem possui mais de R$ 1 milhão em patrimônio aplicado em bolsa de valores), o XP Infra Debêntures (XPID11) está pagando 870 pontos-base acima da renda fixa do governo.

"O XPID11 foi constituído visando investir em debêntures de infraestrutura e ativos incentivados que se enquadrem na lei 12.431. As principais posições do fundo são: (i) Oxe Participações através das SPEs Bonfim, Cantá, Pau Rainha e Santa Luz (geração termelétrica e biomassa; 40 MW); (ii) Arteon Z Transmissão (RAP R$ 45 milhões); e (iii) Transmissora de energia Campitiba (RAP R$ 24 milhões)", concluem.

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Veja o quanto os FI-Infras pagam acima do Tesouro IPCA+

• Bocaina FIC FI-Infra (BODB11): Spread de 479 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 12,2% ao ano isenta de IR)
• BTG Pactual Dívida Infra (BDIF11): Spread de 421 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 11,7% ao ano isenta de IR)
• Sparta Infra CDI (CDII11): Spread de 209 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 9,5% ao ano isenta de IR)
• Capitânia Infra FIC FIRF (CPTI11): Spread de 231 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 9,7% ao ano isenta de IR)
• Itaú FIC FIDC Infraestrutura (IFRA11): Spread de 74 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 7,9% ao ano isenta de IR)
• Sparta Infra FIC FI-Infra (JURO11): Spread de 39 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 7,6% ao ano isenta de IR)
• Kinea Infra (KDIF11): Spread de 193 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 9,1% ao ano isenta de IR)
• XP Infra Debêntures (XPID11): Spread de 870 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 16,4% ao ano isenta de IR)
• Rio Bravo ESG IS FIC FI Infra (RBIF11): Spread de 338 pontos-base (Taxa de rentabilidade equivalente 12,0% ao ano isenta de IR)