Difícil apostar contra Prio (PRIO3) e que pagará "dividendos" de até 32%

Petroleira pode querer muito mais que os 40% de participação no campo de petróleo Peregrino

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Publicado em 27/09/2024 às 15:12h - Atualizado 6 minutos atrás Publicado em 27/09/2024 às 15:12h Atualizado 6 minutos atrás por Lucas Simões
Analistas arregaçam as mangas para calcular ganhos de PRIO3 (Imagem: Equinor/Rodrigo Santos e Roberto Kattan)

🛢️ As ações da Prio (PRIO3) sobem mais de 3% nesta sexta-feira (27) e figuram entre as maiores altas do Ibovespa, após o mercado reagir bem ao acordo firmado pela petroleira de US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 10,3 bilhões) para comprar 40% de participação no campo de petróleo Peregrino, na Bacia de Santos (Rio de Janeiro).

O valor veio em linha com o que tinha sido especulado ao longo da última semana. No entanto, os analistas da Ativa Investimentos destacam um ponto em especial que pode deixar a conta mais barata aos acionistas da Prio.

 "Na prática, o desembolso da Prio será inferior devido à data efetiva da operação ser 01 de janeiro de 2024 e à companhia poder descontar a geração de caixa recebida até lá", afirma a corretora, em relatório obtido pelo Investidor10.

Também ajustes referentes ao capital de giro podem impactar os valores efetivos, que os analistas estimam entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,6 bilhão.

No futuro, a Ativa espera que a Prio tenha interesse em avançar sobre os 60% restantes do Campo de Peregrino, fatia da petroleira norueguesa Equinor (E1QN34) e assim, se tornar operadora do campo de petróleo.

Dessa maneira, a corretora reitera recomendação de compra para a PRIO3, estipulando preço-alvo de R$ 66 por ação. Ou seja, os acionistas minoritários têm a chance de embolsar 50% de lucro com ganhos de capital.

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Acionistas da PRIO3 podem receber ainda mais

O BTG Pactual está ainda mais otimista com a tese de investimento da Prio e projeta que os investidores podem capturar um ciclo de valorização exponencial. Isso porque o banco recomenda a compra da petroleira, indicando preço justo de R$ 77 por ação, ou seja, 72% de valorização.

A compra de participação de 40% das mãos da empresa chinesa Sinochem deve aumentar imediatamente a capacidade de produção de petróleo da Prio em 40%.

😨 Desde que um artigo publicado na última quarta-feira sugeriu uma faixa de preço de US$ 1,6 bilhão e US$ 1,9 bilhão para Peregrino, as ações da Prio caíram cerca de 8%. Parte disto pode ser atribuído a uma queda de 4% nos preços do petróleo tipo Brent, cujo barril está em US$ 71,90 ante US$ 80 no início de setembro.

"Mas também acreditamos que a falta de mais detalhes sobre o campo e o número crescente de projetos no pipeline da PRIO3 levantaram preocupações entre alguns investidores sobre a capacidade da empresa para gerir os desafios futuros", comentam os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte, Henrique Pérez e Bruno Lima.

O quarteto de analistas, embora reconheça tais riscos, pondera que a reação negativa do mercado para com as ações da petroleira foi exagerada e reitera a opinião de que Peregrino poderá ser transformador para PRIO3.

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PRIO3 com "dividendos" de 20% e 32%

Diferentemente da Petrobras (PETR4), que paga gordos dividendos aos seus acionistas, a Prio prefere reinvestir seus lucros nos negócios e remunerar os seus acionistas com a apreciação do valor de mercado da empresa. Uma consulta de dados no Investidor10 nesta data mostra que, se você tivesse investido R$ 1.000,00 em  PRIO3 há cinco anos, hoje você teria R$ 12.971,20, contra apenas R$ 1.267,00 gerados pelo Ibovespa.

Conforme o BTG Pactual, ao longo dos últimos anos, a petroleira reinvestiu consistentemente os seus fluxos de caixa em projetos de elevado retorno, mas ainda é negociada com uma avaliação que, na opinião do banco, subestima a sua capacidade de execução.

🤑 As ações estão atualmente negociadas a taxas de retorno de geração de caixa de 20% e 32% para 2025 e 2026 (o que seria equivalente ao seu pagamento de dividendos), com base em preços de petróleo de US$ 75 dólares por barril e US$ 70 dólares por barril, respectivamente. 

"Mais importante ainda, com sua estrutura de custo mais competitiva, a petroleira continuará a gerar caixa mesmo em cenários improváveis onde a produção efetiva seja significativamente inferior à sua curva de produção. PRIO3 continua sendo nossa escolha principal no setor de petróleo e gás", concluem os quatro analistas.