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A Selic deve permanecer em 15% até pelo menos o início do próximo ano. Esta é a avaliação do mercado, depois do comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) dessa quarta-feira (18).
🏦 O Copom elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, colocando a Selic no maior patamar em quase 20 anos e surpreendendo boa parte do mercado, que apostava na manutenção da taxa em 14,75%.
Não bastasse isso, o comitê adotou um tom duro e avisou que os juros devem continuar em um "patamar significativamente contracionista" por um "período bastante prolongado".
O termo "bastante" é uma das novidades do comunicado do Copom e, na avaliação dos analistas, mostra que o comitê só deve começar a falar em corte de juros no próximo ano.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchéz, "o intuito do BC ficou claro: pesar a mão para afastar cenários de cortes de juros precoces da curva".
"O ciclo de corte de juros é assunto fora da mesa", reforçou o economista do Banco Daycoval, Julio Cesar Barros.
O Itaú BBA ainda observou que, uma vez pausado um ciclo de alta dos juros, o Copom costuma levar de quatro a cinco reuniões antes de se mover na direção oposta.
O comitê tem mais quatro reuniões neste ano. Por isso, se seguir essa tendência, só deve mesmo reduzir a Selic em 2026.
🗓️ Os analistas, no entanto, ainda se dividem sobre em que momento do próximo ano a Selic deve começar a cair.
O Itaú BBA, por exemplo, vê espaço para que os cortes comecem já no começo de 2026.
O Citi, por sua vez, avalia que a probabilidade de o Copom cortar os juros no primeiro trimestre de 2026 diminuiu, segundo o "Estado do S. Paulo".
E a Ativa já espera que a Selic continue em 15% até "meados do ano que vem".
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O Copom prevê juros altos por um "período bastante prolongado" por entender que "o cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho".
📈 O BC (Banco Central) persegue uma meta de inflação de 3% ao ano, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Contudo, acredita que a inflação brasileira vai subir 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026. Além disso, vê riscos "mais elevados do que o usual" para a inflação.
Estes são os riscos de alta da inflação observados pelo Copom:
E os riscos de baixa:
🔎 Diante desse cenário de incertezas, o Copom ainda não descarta totalmente uma nova alta dos juros.
Ao elevar a Selic para 15% nessa quarta-feira (18), o comitê antecipou uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do aperto já realizado.
Ou seja, para "avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".
Contudo, avisou que "seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado".
Para analistas, a mensagem é de que os juros não devem mudar na próxima reunião do Copom, em julho. Contudo, podem voltar a subir se o cenário econômico piorar.
O economista do Banco Daycoval, Julio Cesar Barros, acredita, contudo, que seria preciso uma "deterioração importante" do cenário para que os juros voltassem a subir.
A alta dos juros eleva a atratividade da renda fixa, já que o rendimento de muitos títulos é atrelado aos juros.
Por isso, o Investidor10 mostra aqui quanto o seu dinheiro pode render em aplicações como o Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs com a Selic em 15%.
Contudo, dados do i10 mostram que ainda há oportunidades de investimento na bolsa brasileira. Isso porque 13 ações e 45 FIIs apresentam uma taxa de retorno com dividendos alta o bastante para bater a Selic. Veja aqui quais são.
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Embora ainda haja dúvidas se os juros podem permanecer em 14,75% ao ano, o Investidor10 apresenta as projeções para a renda fixa