Risco de tarifaço e ‘Super Quarta’ jogam Ibovespa para baixo; dólar vai a R$ 5,59

O índice caiu 1,04%, aos 132.129,26 pontos, marcando a terceira queda consecutiva e acumulando perda de quase 2 mil pontos nos últimos dias.

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Publicado em 28/07/2025 às 17:58h - Atualizado 13 horas atrás Publicado em 28/07/2025 às 17:58h Atualizado 13 horas atrás por Matheus Silva
O principal fator de estresse da sessão foi o tarifaço imposto pelo governo dos EUA (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa (IBOV) encerrou esta segunda-feira (28) com mais uma sessão no vermelho, refletindo o clima de cautela dos investidores diante do impasse nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e da expectativa pela Super Quarta, que trará decisões de juros nos dois maiores bancos centrais das Américas.

O índice caiu 1,04%, aos 132.129,26 pontos, marcando a terceira queda consecutiva e acumulando perda de quase 2 mil pontos nos últimos dias.

No câmbio, o dólar comercial também seguiu pressionado e avançou 0,52%, cotado a R$ 5,590, superando R$ 5,60 na máxima do dia.

Já os juros futuros recuaram ao longo da curva, refletindo tanto o cenário global quanto as projeções locais para a Selic.

Tarifas dos EUA aumentam pressão sobre o mercado

O principal fator de estresse da sessão foi o tarifaço imposto pelo governo dos EUA, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto.

A taxa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pela gestão de Donald Trump representa um valor bem acima da média global, estimada entre 15% e 20%. Com os canais diplomáticos ainda travados, cresce o temor de que não haja tempo hábil para um acordo.

Segundo nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil permanece disposto a negociar, mas reforçou que “a soberania nacional e o Estado democrático de Direito são inegociáveis”.

Enquanto isso, senadores brasileiros nos EUA têm pressionado por uma conversa direta entre os presidentes Lula e Trump — o que, até agora, não aconteceu.

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Super Quarta no radar: Copom e Fed decidem juros

Outro fator que aumenta a tensão é a chamada Super Quarta, marcada para esta semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed) anunciam suas decisões de política monetária.

A expectativa é de manutenção da taxa básica brasileira, mas a comunicação do Banco Central será essencial para sinalizar próximos passos diante da inflação persistente e do ambiente externo volátil.

Nos EUA, o foco está na possibilidade de manutenção da taxa de juros em patamar elevado por mais tempo, o que pode impactar o fluxo de capitais e a atratividade dos emergentes como o Brasil.

Petrobras resiste, bancos e Vale caem

Apesar do cenário adverso, Petrobras (PETR4) conseguiu encerrar o dia no campo positivo, subindo 0,13%, impulsionada pelo avanço do petróleo Brent no mercado internacional.

Vale (VALE3) recuou 0,97%, em linha com a queda do minério de ferro, e os bancos registraram perdas relevantes:

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Balanços no radar: Vivo, TIM, Ambev e bancos

A temporada de balanços do 2º trimestre de 2025 (2T25) também movimenta os mercados.

Hoje, a Vivo (VIVT3) reportou resultados e caiu 0,24%. TIM (TIMS3) divulga seu desempenho na quarta-feira (30), enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também trarão seus números no mesmo dia.

A Ambev (ABEV3) caiu 3,04%, pressionada pelos dados fracos da concorrente Heineken, que já divulgou resultados.

Europa e EUA oscilam com acordos comerciais

Nos mercados internacionais, os investidores acompanharam a assinatura de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia, que ainda enfrenta resistência de alguns países do bloco, como a França.

O índice francês chegou a recuar, em protesto ao que chamou de “dia sombrio” para a Europa.

📊 Nos EUA, os principais índices fecharam sem direção única, ainda digerindo balanços corporativos e os próximos passos da política monetária. A visita recente de Trump ao Federal Reserve também gerou desconforto político e incerteza nos mercados.