Fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) vai desbancar a Petrobras (PETR4)?
A fusão promete alterar competitividade do setor e abrir caminho para uma consolidação das ‘junior oils’.
🤝🏻 A fusão entre a Enauta (ENAT3) e a 3R Petroleum (RRRP3) marca um significativo desenvolvimento no setor de energia brasileiro.
A transação, anunciada oficialmente nesta sexta-feira (17), implica na incorporação das ações da Enauta pela 3R Petroleum.
Com base nos termos acordados, a 3R irá deter 53% da nova empresa formada pela fusão, enquanto os acionistas da Enauta ficarão com os 47% restantes.
A conclusão deste acordo ainda está sujeita a várias etapas de aprovação. Inicialmente, a fusão precisa receber o aval dos acionistas de ambas as empresas, o que será decidido em assembleias convocadas especificamente para este fim.
Além disso, a transação exige a aprovação de órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que analisará a fusão sob a ótica da concorrência e possíveis efeitos no mercado.
A união entre Enauta e 3R Petroleum representa um movimento estratégico que pode fortalecer significativamente sua posição no mercado de exploração e produção de petróleo e gás.
Este tipo de fusão é comum no setor energético, onde as sinergias operacionais e as economias de escala podem levar a uma eficiência operacional aprimorada e maior capacidade de investimento em tecnologia e exploração de novos campos.
A fusão também reflete uma tendência maior de consolidação no setor de energia, impulsionada pela necessidade de adaptação às mudanças tecnológicas e às exigências ambientais cada vez mais rigorosas.
As empresas resultantes de tais fusões estão geralmente melhor equipadas para enfrentar os desafios do mercado global, incluindo a volatilidade dos preços do petróleo e as crescentes pressões por práticas sustentáveis.
📊 A medida em que a fusão avança, o mercado estará atento às implicações desta grande operação, desde o impacto nas ações e na estrutura de governança até os efeitos sobre a competitividade e a inovação dentro do setor.
A combinação de negócios não apenas fortalecerá a posição das duas empresas no mercado, mas também terá um impacto significativo na produção de barris de óleo.
Com uma produção diária combinada de 75 mil barris no mês de março e projetada para atingir 120 mil barris em 2025, segundo os relatórios de produção das companhias,a nova entidade resultante da fusão se posicionará como uma das líderes do setor.
Para efeito de comparação, a PRIO (PRIO3), uma das principais petroleiras do Brasil, divulgou no relatório de março de 2024, uma produção de cerca de 88 mil barris por dia.
Já a Petrobras (PETR4) atingiu uma produção média diária de 2,94 milhões de barris ao final de 2023, de acordo com o release de resultados da companhia.
Além do aumento significativo na produção, a fusão também trará benefícios financeiros substanciais para a nova empresa.
Com reservas 2P previstas para ultrapassar os 700 milhões de barris e uma alavancagem de apenas 1,4x EBITDA, a nova entidade nasce com uma estrutura de capital saudável e sólida.
Nos resultados divulgados referente ao quarto trimestre de 2023, a 3R Petroleum registrou uma receita líquida de R$ 1,8 bilhão, uma alta de 315,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Já a Enauta registrou uma receita líquida de R$ 427 milhões, representando uma queda de 35% na comparação anual.
💲 Uma fonte próxima às empresas revelou que, devido à estrutura de capital saudável, a nova companhia tem potencial para se tornar uma forte pagadora de dividendos.
Além disso, o CEO da nova empresa será Décio Oddone, atual CEO da Enauta, enquanto o top management será uma combinação de executivos das duas empresas.
O conselho será dividido igualmente entre 3R e Enauta, com o chairman vindo do lado da 3R.
A fusão promete alterar competitividade do setor e abrir caminho para uma consolidação das ‘junior oils’.
As reservas foram certificadas pela consultoria independente DeGolyer and MacNaughton.