Como investir com a Selic em 15% e a Bolsa batendo recordes?

Para analistas, o momento pede um portfólio diversificado, com renda fixa, variável e diversificação internacional.

Author
Publicado em 18/09/2025 às 12:29h - Atualizado 7 minutos atrás Publicado em 18/09/2025 às 12:29h Atualizado 7 minutos atrás por Marina Barbosa
Copom manteve Selic em 15% ao ano nessa quarta-feira (Imagem: Shutterstock)
Copom manteve Selic em 15% ao ano nessa quarta-feira (Imagem: Shutterstock)

Com a Selic mantida em 15% mais uma vez, muitos podem pensar que o cenário de investimentos segue na mesma. Contudo, analistas dizem que não é bem assim e recomendam que os investidores ajustem a sua carteira para continuar garantindo bons rendimentos.

💲 A manutenção da taxa Selic em 15% garante que a renda fixa seguirá entregando retornos atrativos por algum tempo. Por isso, investir nesta classe de ativos ainda é uma boa opção, sobretudo se a escolha for por títulos pós-fixados, segundo analistas.

Contudo, especialistas dizem que já é hora de começar a aumentar a exposição a ativos de renda variável, como ações e fundos de investimentos. Afinal, a expectativa é de que a Selic comece a cair no início de 2026, o que vai afetar o retorno da renda fixa e deve beneficiar os ativos de maior risco. Tanto que a renda fixa já não está pagando quanto em julho, quando o Copom também segurou a Selic em 15%.

"Embora o patamar elevado da taxa de juros seja um sinal importante para que os investidores mantenham cautela com ativos de risco, a perspectiva de um provável ciclo de queda da Selic adiante tende a ser um fator positivo para a renda variável", observou a Rico Investimentos.

Em relatório enviado a clientes, a casa disse, então, que "Selic em alta pede cautela, mas não o fim da diversificação na bolsa".

📈 Além disso, vale lembrar que a bolsa brasileira já está em uma tendência de alta, impulsionada pelo corte de juros dos Estados Unidos. Não à toa, o Ibovespa bateu recordes sucessivos nos últimos dias e analistas já veem espaço para que o índice alcance os 150 mil pontos até o final do ano.

"Esse movimento, aliado à realocação de portfólios globais e à queda das taxas de juros, cria um ambiente mais favorável para ativos de risco, especialmente em mercados emergentes e setores sensíveis à liquidez", observou a Monte Bravo Investimentos, que, por isso, recomenda "um portfólio diversificado e com exposição relevante ao dólar".

A diversificação internacional também é sugerida pela Rico, como uma forma de "proteção em tempos de incerteza no Brasil e no mundo".

Leia também: Não foi só o Ibovespa: 17 ações bateram recorde na B3 nesta semana, veja lista

Onde investir?

🔎 Na renda fixa, os títulos pós-fixados, como os que são atrelados aos juros e à inflação, despontam como os preferidos dos analistas.

Afinal, esses títulos "oferecem retorno elevado com segurança", como observado pela Rico Investimentos.

"Para prazos mais curtos e com foco em liquidez, os pós-fixados permanecem boas opções, principalmente considerando os juros em dois dígitos", reforçou a XP.

Já os títulos prefixados devem ser tratados com cautela, pois o cenário ainda é de instabilidade, segundo a Rico. A recomendação neste caso, é, então, optar por "prazos curtos e emissores sólidos".

A XP reforçou a "cautela na escolha de emissores, com destaque para aqueles com alavancagem controlada e custo de dívida mais baixo".

📊 Na bolsa, a recomendação da Rico Investimentos é manter um "portfólio equilibrado". Isto é, combinar ações de dois tipos de empresas:

  • empresas cíclicas de alta qualidade, que podem se beneficiar de uma potencial redução da Selic;
  • empresas resilientes, que atuam em setores menos sensíveis aos juros, como os de energia, saneamento e financeiro, sobretudo quando essas empresas apresentam boa geração de caixa e baixo nível de endividamento.

"Essas ações ajudam a equilibrar o portfólio e costumam reagir bem mesmo em cenários incertos", explicou a Rico.

Já entre os FIIs (fundos imobiliários), "o foco se desloca para os segmentos de logística e shopping centers que devem se beneficiar da queda da Selic em 2026", segundo a Monte Bravo.

Outra opção é apostar em ações e FIIs que entregam um retorno consistente de dividendos. Segundo o Investidor10, nove ações e mais de 30 FIIs apresentam um DY (Dividend Yield) superior aos 15% da Selic no momento.