Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A CTFC (Comissão de Fiscalização e Controle) aprovou, nesta quarta-feira (10), um pedido de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) para avaliar a decisão de retenção da distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras (PETR4).
🗣️ O requerimento aprovado é de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é líder da minoria e teve o apoio do governista Omar Aziz (PSF-AM), presidente do colegiado. De acordo com Nogueira, a decisão gerou questionamentos em relação à interferência do Poder Executivo.
"A medida adotada pela empresa, majoritariamente controlada pelo governo federal, suscitou questionamentos sobre a interferência do Poder Executivo na gestão da empresa. Segundo informações divulgadas pela empresa, o valor não distribuído seria destinado para reserva de remuneração do capital, conforme previsão estatutária", apontou o senador.
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Nogueira também pontuou que, após o dia 7 de março, surgiram informações conflitantes, indicando que esses recursos seriam incorporados ao caixa da empresa e, por isso, poderiam ser direcionados para investimentos.
🔎 Além disso, ele solicitou que sejam investigados os critérios e os fundamentos utilizados pela petroleira para decidir a retenção dos dividendos extraordinários do 4T23. Por outro lado, Aziz destacou os rumores sobre a saída de Jean Paul Prates da empresa.
"Eu também quero saber esse negócio como é que aconteceu tudinho aí, porque deu uma celeuma em cima, fizeram uma tempestade em um copo d'água que eu nunca vi um negócio desses. E cai fulano, cai sicrano e não caiu ninguém. Está tudo bem", disse Azis após a aprovação.
Na última terça-feira (9), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou definição sobre o pagamento de dividendos extraordinários e a possível mudança de comando na companhia. Segundo ele, o encontro marcado com os ministros da Fazenda e da Casa Civil foram para discutir "sobre as possibilidades", com o objetivo de melhorar a economia brasileira.
👀 Já em relação aos rumores sobre a saída de Prates, o ministro afirmou que nunca discutiu o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “Lula nunca cogitou a saída de Prates da Petrobras para mim. Não existe essa personificação entre mim e o presidente da estatal. Discordamos em questões pontuais”, disse Silveira ao jornal "O Globo".
Em meio às especulações, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, evitou comentar sobre o assunto nesta quarta (10) em evento sobre o projeto BNDES Corais.
“Não adianta insistir em outras pautas porque eu não vou entrar. Vão perder tempo e perder a fala dela [Tereza Campello, diretora de sustentabilidade do BNDES], que é mais importante”, afirmou o presidente. Mercadante foi convidado pelo presidente Lula para assumir a presidência da Petrobras e já afirmou que não garante a sua permanência no comando do banco de fomento.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.