Qual dos bancões pagará dividendos de R$ 2,50 por ação ainda em 2025?

Analistas do Banco Safra recomendam a compra de instituição financeiro com preço justo de R$ 49 por ação em 12 meses.

Author
Publicado em 21/11/2025 às 20:24h - Atualizado 6 horas atrás Publicado em 21/11/2025 às 20:24h Atualizado 6 horas atrás por Lucas Simões
São R$ 22,5 bilhões em dividendos em jogo durante 2025, vindo de um único bancão (Imagem: Shutterstock)
São R$ 22,5 bilhões em dividendos em jogo durante 2025, vindo de um único bancão (Imagem: Shutterstock)
Os grandes bancos listados na bolsa de valores brasileira inundam as carteiras de muitos investidores de longo prazo, dado que seus negócios fazem parte da famosa metodologia BEST (bancos, elétricas, seguradoras e telecomunicações). Mas somente uma instituição financeira deverá distribuir dividendos de R$ 2,50 por ação ainda em 2025, segundo analistas do Banco Safra.
Pois é, se essa pergunta fosse feita há alguns anos, talvez a resposta mais óbvia fosse o Banco do Brasil (BBAS3), que já exibiu um dividend yield de 12% em 2022. Só que sua carteira de crédito voltada ao agronegócio tem dado bastante dor de cabeça neste ano e ainda deverá demorar a se recuperar, afetando o fluxo de proventos da estatal.
Outro nome que já dá para se descartar de cara é o BTG Pactual (BPAC11), e não que isso seja ruim. Afinal de contas, a estratégia do banco de investimentos é oferecer forte valorização sobre o patrimônio dos acionistas, justamente ao reinvestir os lucros em seus negócios, ao invés de pagá-los amplamente na forma de dividendos.
Quem realmente arranca suspiros dos especialistas do Banco Safra é o Itaú (ITUB4), cuja recomendação de compra é reiterada e com preço-alvo estipulado em R$ 49 por ação. Ou seja, um potencial de valorização de +23% nos próximos 12 meses. A remuneração de R$ 2,50 por ação se traduz em um dividend yield de 6%.
Mesmo que ITUB4 já tenha se apreciado +43% no acumulado de 2025, os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre calculam que outra forma do bancão remunerar ainda mais os bolsos de seus investidores até o fim do ano é com distribuição de R$ 22,5 bilhões em proventos, bem superior ao saldo de R$ 15 bilhões em dividendos extraordinários em 2024.
"Em contraste com bancos concorrentes, Itaú tem tendências estáveis em termos de rentabilidade em 2026. Esperamos que o NII (Receita Líquida de Investimentos) ajustado ao risco suba +8% na comparação anual, devido a uma combinação de avanço de +7% na carteira de empréstimos e custo de risco estável", destaca o trio em relatório, publicado nesta semana.

ITUB4 mais enxuto em 2026

Apesar das despesas do Itaú com tecnologia deverem crescer em +11% em 2025, na comparação anual, os analistas do Banco Safra ponderam que há compensação diante de ganhos de eficiência liderados por menores despesas administrativas e gerais.
Vale recordar que o banco privado demitiu mais de mil funcionários por baixa produtividade no home office recentemente, ainda que tenha que arcar com indenizações de até 10 salários mínimos e outros benefícios.
"Estimamos um lucro líquido de R$ 51,1 bilhões para 2026 (ROE de 23,6%), em linha com o consenso de mercado. Já os riscos de nossa tese para ITUB4 se concentram em deterioração nas condições macroeconômicas, mudanças regulatórias e competição irracional no setor bancário", conclui o trio de analistas.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em ITUB4 há dez anos, hoje você teria R$ 8.030,86, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 3.213,40 nas mesmas condições.