Adeus, Ibovespa: 3 ETFs americanos rendem mais que VOO e QQQ nos últimos 5 anos
Dados do Investidor10 revelam quais investimentos dolarizados no exterior bateram os famosos índices S&P 500 e Nasdaq-100.
O maior investidor de todos os tempos, o americano Warren Buffett, já dizia "nunca aposte contra a América", só que desde que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou à Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2025, passados seis meses, as ações americanas (stocks) não são as que mais se valorizaram no período, na verdade, elas ficaram perto da lanterninha.
No caso, os famosos índices acionários Dow Jones, que seleciona 30 companhias americanas líderes em seus setores, S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos EUA, e Nasdaq-100, que engloba os 100 maiores nomes em tecnologia do país, tiveram lucros de +2,29%, +5,01% e +6,39%, respectivamente.
Os dados são do levantamento elaborado por Einar Rivero, da Elos Ayta, que acompanhou o desempenho de 21 índices acionários de bolsas de valores ao redor do mundo, de 20 de janeiro a 17 de julho de 2025, e, no caso dos EUA, desde 17 de janeiro, último pregão antes da posse de Trump.
"Quando se mede a rentabilidade em dólares, os principais índices americanos ocupam as últimas posições no ranking, à frente apenas das ações argentinas presentes no S&P Merval, que foi o único a registrar perdas em moeda americana, com prejuízo de −32,77%", explica o especialista.
É claro que essa é apenas a fotografia sem zoom. Os investidores que diversificaram o seu patrimônio no exterior e preferiram escolher suas próprias stocks (o chamado stock picking) podem ter tido um resultado bastante satisfatório, ao invés daqueles que só aportam puramente o seu dinheiro em ETFs internacionais de renome, como, por exemplo, DIA (carteira do Dow Jones), VOO (carteira do S&P 500) e QQQ (carteira do Nasdaq-100).
Afinal de contas, no último dia 9 de julho, a gigante americana Nvidia (NVDA) tornou-se a primeira empresa na história a valer mais de US$ 4 trilhões, à medida que seus chips têm sido cada vez mais demandados pela fronteira tecnológica ligada à inteligência artificial.
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Como dito na manchete, o nosso Ibovespa, que apresenta as ações brasileiras mais negociadas na B3, com bastante peso em Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4), entre outros nomes, ficou na média entre os 21 índices acionários espalhados pelo mundo.
O desempenho do Ibovespa em dólares foi de +19,77% nos seis primeiros meses da nova era Trump, mesmo com o Brasil sendo o principal alvo da guerra comercial bancada pela Casa Branca, que anunciou taxação de 50% contra as exportações brasileiras destinadas aos EUA a partir do dia 1º de agosto.
Já os países que ficaram no pódio, com as bolsas de valores que mais se valorizaram em dólar no período, são: Colômbia (+34,93%), Espanha (+32,16%) e Portugal (+31,83%).
Na avaliação do CEO da Elos Ayta, são dois os fatores que ajudam a entender o fenômeno que deixou as bolsas americanas e a Argentina na lanterna, enquanto outros países latinos e economias desenvolvidas da Europa tiveram fortes ganhos.
"Primeiro, foi a desvalorização do dólar americano no período. O segundo fator é a reação contida dos mercados nos EUA diante das decisões e sinalizações do governo Trump. Esse movimento favoreceu as bolsas de outros países quando os retornos são convertidos para a moeda americana", comenta Einar Rivero.
Sobre as ações argentinas, cujo índice S&P Merval foi o único a ter desempenho negativo em dólares no período, vale entender que a moeda argentina teve uma forte desvalorização frente ao dólar, superando os 20%, o que explica boa parte desse tombo.
Para o especialista, os primeiros seis meses de 2025 mostram um cenário em que, apesar da centralidade das bolsas dos EUA no sistema financeiro global, foram outros mercados, em especial Colômbia, Europa e China, que roubaram a cena.
"Resta acompanhar os próximos capítulos para ver se esse movimento se consolida ou se os investidores voltam a mirar Wall Street como protagonista", conclui Einar Rivero.
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