🚨 O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira (8) que pretende concluir a
privatização da Copasa (CSMG3) até abril de 2026, prazo em que deixará o cargo para se lançar oficialmente como pré-candidato à Presidência da República.
Segundo o governador, a venda da estatal de saneamento deve atrair forte interesse do setor privado e pode movimentar ao menos R$ 10 bilhões.
De acordo com Zema, todos os principais grupos privados que atuam no setor de saneamento no Brasil já demonstraram interesse na Copasa, o que cria um cenário de concorrência favorável para o leilão.
“Esperamos atrair de três a cinco empresas no certame. Estamos muito bem assessorados e queremos uma concorrência o mais ampla possível para garantir um processo eficiente”, afirmou o governador, em entrevista à Reuters.
Atualmente, o Estado de Minas Gerais detém 50,03% das ações da Copasa, o que garante controle da empresa.
Com um valor de mercado de cerca de R$ 16 bilhões nesta segunda-feira, segundo dados da LSEG, a expectativa de Zema é que o Estado consiga levantar um valor acima de R$ 10 bilhões, considerando o chamado “prêmio de controle” normalmente pago em operações desse tipo.
Votação em andamento na Assembleia de MG
O projeto que autoriza a desestatização da Copasa já foi aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o governador espera que a segunda e decisiva votação ocorra ainda em 2025.
“Estamos muito confiantes de que a aprovação acontecerá neste ano. O processo está caminhando bem, e acredito que até março ou abril já teremos condições de realizar o leilão”, disse.
A venda da Copasa é uma das principais bandeiras da gestão Zema, que vem defendendo a privatização de estatais como forma de aumentar a eficiência dos serviços públicos e atrair investimentos privados.
A medida, no entanto, enfrenta resistência de parte da oposição na Assembleia.
Sabesp e outras gigantes no radar
Entre os potenciais compradores da Copasa, o nome da
Sabesp (SBSP3) desponta como um dos mais cotados. Privatizada em 2024 pelo governo de São Paulo, a empresa paulista pode aproveitar sua nova estrutura para expandir nacionalmente.
Em novembro, o presidente da Sabesp, Carlos Piani, afirmou que a Copasa “é um ativo incrível” e que a companhia “tem a obrigação de olhar” para a oportunidade.
Outros nomes mencionados como possíveis interessados incluem Aegea e Iguá Saneamento, dois dos maiores operadores privados do setor no país.
“Todas as grandes estarão participando, com certeza. Depois da Copasa, não há mais muitas grandes empresas estatais no setor, talvez apenas uma ou outra em estados menores”, destacou Zema.
Cemig fora dos planos imediatos
Questionado sobre os planos para a
Cemig (CMIG4), outra gigante estatal mineira, Zema reconheceu que não há mais tempo hábil para viabilizar sua privatização até abril de 2026, quando deixará o governo.
“A Cemig não entra mais no meu plano de gestão. Espero que o vice-governador, Mateus Simões, que deve me suceder, leve essa agenda adiante”, afirmou.
Apesar disso, Zema deixou claro que toda a prioridade do governo mineiro, no momento, está centrada na venda da Copasa. “Não se fala nada de Cemig antes de concluir Copasa. Todo o esforço está na Copasa. Mas gostaria que [a privatização da Cemig] avançasse depois.”
Mercado reage positivamente
A movimentação do governo mineiro animou os investidores. As ações da Copasa (CSMG3) fecharam o dia com alta de 4,00%, cotadas a R$ 43,42.
📊 No acumulado de 2025, os papéis já se valorizaram mais de 120%, impulsionados justamente pelas expectativas de privatização.