Banco do Brasil (BBAS3) perde força e tem preço-alvo reduzido pelo Goldman Sachs
O banco norte-americana reduziu o preço-alvo das ações de R$ 25 para R$ 23, representando uma queda de 8% na estimativa anterior.
Quando se pensa em dividendos, as ações de bancos são uma das primeiras a vir à mente por conta de seu caráter perene, mas dentro do mesmo setor, as empresas podem estar com desempenhos completamente diferentes. Enquanto as ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam desconto de −25% desde as máximas em março, os papéis da Itaúsa (ITSA4) saltam +27% em 2025.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa voltou a avançar em junho e inicia o mês atual beirando os 140 mil pontos, o que, na visão dos analistas da Ativa Investimentos, mostra que nem todas as ações brasileiras estão a preços de barganha, embora haja gatilhos para novas altas.
"Mesmo com a incerteza macro, os resultados corporativos do 1T25 continuam indicando resiliência em diversas companhias listadas. A combinação de múltiplos expansíveis, maior atenção internacional e potencial reprecificação política mantém a nossa visão construtiva, ainda que com seletividade, para a bolsa brasileira", escrevem os analistas Ilan Arbetman, Lucas Dias, Victor Nishioka e Ricardo Santos, em relatório.
E pensando nessa seletividade na bolsa brasileira é que os analistas da corretora de valores preferem deixar de lado as ações do Banco do Brasil, apesar do desconto evidente, e estão entrando nos papéis da Itaúsa, uma holding diversificada, cuja fonte de seus dividendos recorrentes é a sua participação em Itaú (ITUB4).
A estatal perdeu o interesse para aportes, segundo o quarteto de analistas, devido à redução das receitas causada pela implementação da regra 4.966, que alterou o reconhecimento dos juros combinado com o mau desempenho da carteira de crédito rural.
"Fora que a incerteza gerada pela revisão do guidance para 2025 gera dúvidas sobre a performance do BBAS3 ao longo de 2025", destaca o research da Ativa Investimentos.
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A justificativa da corretora para entrar nas ações da Itaúsa é motivada pelo seu histórico consistente de alocação de capital e política de distribuição de dividendos sólida.
"A holding mantém um dividend yield esperado próximo de 8% para 2025, sustentado principalmente pela forte geração de caixa de suas principais investidas", avalia o quarteto de especialistas, em relatório.
Dessa maneira, a Ativa Investimentos entende fazer mais sentido a preferência por ITSA4, em detrimento de BBAS3, no contexto de uma carteira previdenciária, como foco no recebimento de dividendos.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há 10 anos, hoje você teria R$ 3.231,40, já considerando o reinvestimento dos dividendos. Já a aplicação em ITSA4 teria retornado R$ 5.190,20.
A simulação também aponta que o IDIV (índice que reúne as maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira) teria retornado R$ 3.810,80 nas mesmas condições.
O banco norte-americana reduziu o preço-alvo das ações de R$ 25 para R$ 23, representando uma queda de 8% na estimativa anterior.
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