Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) conseguiu renegociar com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) os acordos que previam a venda de refinarias e da TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil). Com isso, a estatal poderá manter os ativos.
⛽ Os acordos foram assinados pela Petrobras no governo de Jair Bolsonaro (PL), como uma forma de o Cade arquivar investigações sobre supostas condutas anticompetitivas da estatal no mercado de refino e gás natural. Contudo, iam de encontro aos planos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ampliar os investimentos em refino. Por isso, a Petrobras pediu a renegociação dos termos ao Cade.
O Tribunal do Cade acatou o pedido da Petrobras nesta quarta-feira (22), depois de um parecer favorável da Superintendência Geral do órgão. De acordo com a decisão, a Petrobras não tem mais a obrigação de vender os ativos, mas terá que cumprir alguns compromissos, como garantir preços competitivos no mercado de petróleo e manter a independência da diretoria comercial da TBG.
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Veja as novas obrigações da Petrobras no mercado de refino de petróleo:
E as obrigações relativas à TBG:
🤝 Em comunicado, a Petrobras disse que a decisão foi fruto de amplo debate entre as áreas técnicas da empresa e do Cade. A companhia ainda defendeu a revisão dos acordos dizendo que os termos precisavam ser adequados à nova realidade do mercado e do ambiente regulatório do país.
No caso das refinarias, a Petrobras afirmou que os compromissos acertados com o Cade "preservam o objetivo de manutenção da competitividade no mercado de refino e expansão de agentes independentes, em um momento de transição na configuração do sistema de refino brasileiro".
A companhia disse ainda que já tirou da sua carteira de desinvestimentos as seguintes refinarias: Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), Rnest (Refinaria Abreu e Lima), Regap (Refinaria Gabriel Passos), Refap (Refinaria Alberto Pasqualini) e Lubnor (Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste).
O acordo com o Cade previa a venda de oito refinarias, mas três já foram alienadas pela companhia: Rlam (Refinaria de Mataripe), Reman (Refinaria de Manaus) e SIX (Unidade de Industrialização do Xisto).
Em relação ao gás, o acordo também envolvia as vendas da TAG (Transportadora Associada de Gás), NTS (Transportadora do Sudeste) e das participações indiretas da Petrobras na Gaspetro, que já foram concluídas. Restava apenas a venda da TBG, mas a Petrobras disse que o " desinvestimento enfrentou obstáculos ao longo da sua execução".
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.