Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A decisão da Petrobras (PETR4) de não pagar dividendos extraordinários decepcionou o mercado e pesa nas ações da petroleira nesta sexta-feira (8). Contudo, o total de dividendos pagos pela Petrobras já havia recuado 49,5% em 2023.
💰 De acordo com levantamento do CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, a Petrobras desembolsou cerca de R$ 98,2 bilhões em dividendos ao longo de 2023. Isto é, praticamente a metade do valor recorde de R$ 194,6 bilhões registrado em 2022.
A queda se deve, em grande parte, à alta base de comparação de 2022. Afinal, naquele ano, os resultados da Petrobras foram favorecidos pelos preços do petróleo e gás, que dispararam com a invasão da Rússia à Ucrânia. Com isso, a estatal foi a maior pagadora de dividendos da América Latina e dos Estados Unidos em 2022.
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🥈 Apesar do recuo, o valor de dividendos pago pela Petrobras no ano passado é o segundo maior dos últimos 14 anos e está bem acima da média dos anos anteriores.
Em 2021, a companhia pagou R$ 72,7 bilhões em dividendos. Antes disso, contudo, a remuneração aos acionistas só havia passado de R$ 10 bilhões em 2011.
"O volume de dividendos somados da estatal entre 2010 e 2020 foi de R$ 59,2 bilhões, um valor inferior ao desembolsado em 2021, quando a empresa pagou R$ 72,7 bilhões", comentou Einar Rivero.
Veja quanto a Petrobras pagou em dividendos nos últimos 14 anos:
Além disso, o total de R$ 98,2 bilhões em 2023 seria o suficiente para comprar companhias de grande porte, como Telefônica Vivo (VIVT3), Suzano (SUZB3) e até a B3 (B3SA3), cujos valores de mercado são inferiores a R$ 90 bilhões. Veja aqui o ranking das empresas com o maior valor de mercado da B3.
O valor de R$ 98,2 bilhões de dividendos pagos em 2023 difere dos R$ 72,4 bilhões de dividendos anunciados pela Petrobras na quinta-feira (7) porque considera a efetiva saída de caixa da empresa, enquanto o número anunciado pela companhia se refere aos proventos referentes aos resultados de 2023.
O total de R$ 98,2 bilhões, portanto, considera todos os dividendos que foram pagos ao longo de 2023, seja os referentes aos resultados daquele ano ou os de 2022 que foram pagos apenas em 2023 e os de 2024 que porventura foram adiantados em 2023.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.