Investimentos da Petrobras (PETR4) subiram 140% no 1º governo Lula

Veja o histórico dos investimentos da companhia, que está sob nova gestão e deve voltar a acelerar os investimentos.

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Publicado em 26/05/2024 às 16:41h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 26/05/2024 às 16:41h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Lula em lançamento ao mar de navio da Transpetro em 2010 (Palácio do Planalto)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer acelerar os investimentos da Petrobras (PETR4), assim como fez nos seus primeiros governos. Para se ter uma ideia, os aportes da estatal saltaram 140% no primeiro governo Lula e mais 180% no segundo mandato. 

Desta vez, o objetivo de Lula é tornar o país autossuficiente em refino de petróleo, reduzir a dependência de fertilizantes importados, impulsionar a transição energética, incentivar a indústria brasileira e, sobretudo, gerar empregos no país.

Por isso, a Petrobras já retomou as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; iniciou o processo de licitação pública para a retomada das obras do Polo GasLub, no Rio de Janeiro; autorizou a reativação da fábrica de fertilizantes Araucária, no Paraná; e voltou a comprar navios-plataformas com exigência de conteúdo local.

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O governo, no entanto, quer acelerar os investimentos da Petrobras. Por isso, trocou o comando da companhia. Jean Paul Prates foi demitido em 14 de maio e Magda Chambriard tomou posse na sexta-feira (14). Ela dará a sua primeira entrevista como presidente da Petrobras nesta segunda-feira (27) e já indicou que está alinhada aos planos do governo.

🤝 Ao agradecer os "cumprimentos e palavras de incentivo" recebidos após a indicação para a Petrobras nas redes sociais, Magda Chambriard reafirmou o "compromisso com o crescimento contínuo da nossa indústria".

No mercado, há um receio de que o foco em investimentos reduza os dividendos da Petrobras. Mas o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o investidor não deve se preocupar. Segundo ele, a Petrobras vai "cumprir o plano de investimento já aprovado, sem nenhuma surpresa para o investidor", só que vai fazer isso "com a maior celeridade possível".

A Petrobras prevê US$ 102 bilhões de investimentos no plano Estratégico 2024-2028. O capex é 31% maior que o do plano estratégico anterior, aprovado no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Veja os investimentos previstos pela Petrobras para este período (os valores somam US$ 91,3 bilhões porque US$ 11 bilhões ainda estavam em avaliação na apresentação do plano estratégico):

  • 2024: US$ 18,5 bi;
  • 2025: US$ 21 bi;
  • 2026: US$ 19,1 bi;
  • 2027: US$ 17,5 bi;
  • 2028: US$ 15,2 bi.

Longe do recorde

Caso os investimentos da Petrobras batam os US$ 21 bilhões projetados para 2025, a cifra ainda estará bem abaixo do pico de US$ 48 bilhões observado em 2013, no governo de Dilma Rousseff (PT). 

Veja quanto a Petrobras investiu nos últimos 21 anos:

  • 2003: US$ 6,0 bi;
  • 2004: US$ 7,4 bi;
  • 2005: US$ 10,5 bi;
  • 2006: US$ 15,4 bi;
  • 2007: US$ 23,2 bi;
  • 2008: US$ 29,0 bi;
  • 2009: US$ 35,4 bi;
  • 2010: US$ 43,4 bi;
  • 2011: US$ 43,1 bi;
  • 2012: US$ 42,9 bi;
  • 2013: US$ 48,1 bi;
  • 2014: US$ 37,0 bi;
  • 2015: US$ 23,0 bi;
  • 2016: US$ 15,8 bi;
  • 2017: US$ 15,0 bi;
  • 2018: US$ 13,4 bi;
  • 2019: US$ 27,4 bi;
  • 2020: US$ 8,0 bi;
  • 2021: US$ 8,7 bi;
  • 2022: US$ 9,8 bi;
  • 2023: US$ 12,6 bi.

De acordo com os dados, os investimentos da Petrobras saltaram 140% no primeiro governo Lula, de US$ 6,4 bi em 2002 para US$ 15,4 bi em 2006. No segundo mandato de Lula, os investimentos avançaram mais 180%, chegando a US$ 43,4 bilhões em 2010.

Neste período, a Petrobras deu início à exploração de petróleo no pré-sal e contribuiu com a política industrial brasileira ao comprar navios construídos (total ou parcialmente) em estaleiros nacionais. Além disso, a companhia investiu em refinarias e gasodutos.

Os investimentos da Petrobras continuaram acima dos US$ 40 bilhões nos primeiros anos do governo Dilma, atingindo o pico de US$ 48,1 bilhões em 2013. Contudo, entraram em queda no ano seguinte, em meio às investigações da Lava-Jato. A cifra só voltou a apresentar aumentos em três dos quatro anos do governo Bolsonaro e no início do novo governo Lula.