B3 (B3SA3): falha técnica exibe cotações desatualizadas no 1º pregão de agosto
Problema afetou Ibovespa, IFIX e outros índices; bolsa afirma que negociações seguem normais.
O investidor gringo é um dos termômetros para descobrir se as ações brasileiras estão prestes de um rali de alta (ou de baixa), além da possibilidade de lateralização dos investimentos em renda variável. Apesar do saldo em 2025 ainda ser azul, em julho os estrageiras tiraram bastante dinheiro da nossa bolsa de valores, a B3 (B3SA3).
Conforme levantamento elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, houve uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões em recursos externos, o pior desempenho mensal desde abril de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 11,1 bilhões.
Vale destacar que essa forte debandada do investidor gringo é consistente tanto com quanto sem os efeitos de IPOs (a estreia de novas empresas na B3) e Follow-Ons (quando empresas já existentes na B3 emitem novas ações).
Coincidentemente, no mês passado, o Ibovespa teve o seu pior resultado em 2025, já que o índice que traz o desempenho médio das ações brasileiras mais negociadas derrapou −4,17%, bem perto do tombo de −4,28% visto em dezembro de 2024.
O especilista comenta que pesou na decisão dos investidores estrageiros de mais retirar, do que aplicar dinheiro no Brasil, as políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que neste mês de agosto aplica uma alíquota de 50% contra as exportações brasileiras ao seu país, embora muitos produtos estratégicos já tenham sido poupados, como, por exemplo, os negócios da aviação da Embraer (EMBR3).
Apesar da fuga de dinheiro em julho, o saldo de investimento estrangeiro na B3 segue positivo em 2025, evidencia o levantamento. Até o fim do mês, o fluxo líquido acumula R$ 20,64 bilhões com IPOs e Follow-Ons e R$ 20,08 bilhões sem considerar essas operações.
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Para Einar Rivero, o comportamento recente acende o alerta: o volume de compras dos estrangeiros encolheu pelo segundo mês consecutivo, somando R$ 271,6 bilhões em julho, ante R$ 327 bilhões em maio, mês que marcou o pico de entusiasmo estrangeiro com o Brasil neste ano.
"O resultado disso? Um equilíbrio frágil: no acumulado do ano, os estrangeiros compraram R$ 2,06 trilhões em ativos no Brasil e venderam R$ 2,04 trilhões", pondera o CEO da Elos Ayta.
Quem já é investidor há alguns anos deve se lembrar de que, em 2022, a bolsa brasileira foi inundada com capital estrangeiro, precisamente uma entrada líquida anual R$ 119,79 bilhões, considerando IPOs e Follow-Ons.
Ainda que 2025 esteja distante dos bons ventos de 2022, o saldo líquido estrangeiro de pouco mais de R$ 20 bilhões já é bem melhor que a retirada líquida em 2024 de R$ 32,11 bilhões da B3, o maior volume de fuga desde 2019.
"O saldo atual, embora positivo, não aponta para o mesmo ímpeto de 2022 ou 2023. É como se os estrangeiros estivessem com um pé no Brasil e outro no freio", conclui o consultor financeiro.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse aplicado R$ 1 mil em B3SA3 há cinco anos, hoje você teria R$ 732,90, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.311,60 nas mesmas condições.
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