Agora é a renda fixa que fará B3 (B3SA3) pagar mais dividendos

Genial Investimentos aponta avenidas de crescimento e preço-alvo da dona da bolsa de valores brasileira

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Publicado em 20/09/2024 às 19:29h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 20/09/2024 às 19:29h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões
Preço justo da B3 é de R$ 15,80 por ação até o final de 2025 (Imagem: Shutterstock)

🤑 Dessa vez, o maciço interesse dos investidores por renda fixa em 2024 é o que fará engordar as receitas da B3 (B3SA3), a dona da bolsa de valores brasileira. E, com isso, a companhia deve continuar distribuindo mais dividendos aos seus acionistas, conforme sondagem da Genial Investimentos nesta sexta-feira (20).

A corretora revisou o preço-alvo da B3 para R$ 15,80 por ação ao final de 2025, um potencial de ganhos ao redor de 30% no patrimônio dos acionistas. Isso porque os analistas incorporaram a melhora nas receitas da companhia, sobretudo pelas iniciativas de diversificação de negócios.

No caso, os analistas Eduardo Nishio, Felipe Oller e Wagner Biondo ajustaram as estimativas de lucro contábil da B3 para os seguintes patamares:

  • R$ 4,82 bilhões em 2024 (lucro por ação de R$ 0,88), acima do consenso de R$ 4,66 bilhões.
  • R$ 5,48 bilhões em 2025 (lucro por ação de R$ 1,00), contra o consenso de R$ 5,18 bilhões.

"Nosso preço justo de R$ 15,80 é baseado no modelo de FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Acionista), assumindo um crescimento de 7,0% na perpetuidade e uma taxa de desconto de 16,6%", destaca o trio, em relatório.

As ações da B3 negociam a um preço múltiplo atraente, segundo a Genial: 

Portanto, a B3 tem um desconto relevante de 39,5% em relação a outras bolsas de valores internacionais, que negociam em média com um Preço Sobre o Lucro (P/L) projetado para 2025 de 20,0 vezes

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Renda fixa brasileira na coroa da B3

Pela primeira vez, o mercado local de renda fixa superou o crédito e os bonds internacionais como a principal fonte de financiamento das empresas brasileiras

💰 Além disso, o Volume Médio de Negociações Diárias (ADTV, na sigla em inglês) de renda fixa no mercado secundário (debêntures, CRA e CRI) chegou a R$ 4 bilhões.

Para os analistas, o mercado de balcão apresentou um crescimento expressivo, impulsionado pela expansão da concessão de crédito e pelo elevado patamar das taxas de juros nacionais, representando aproximadamente 15% da receita total da bolsa brasileira no segundo trimestre do ano. 

"Esse cenário de juros altos, embora desafiador para o mercado de ações, favorece o crescimento dos mercados de renda fixa e derivativos no curto prazo. Ainda assim, os acionistas não deveriam esperar nenhuma bala de prata em termos de receita", afirma o trio.

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Recompras de ações maiores que os dividendos em 2024

A gestão da B3 acredita que o payout da companhia deve se aproximar de 100% nos próximos anos, um nível inferior à média de 130,8% (entre os anos de 2019 e 2023). No entanto, o payout (recompra de ações, juros sobre o capital próprio e dividendos) em reais nominais deve continuar crescendo.

A administração também afirmou, durante evento com investidores institucionais que a Genial teve acesso, que a remuneração aos acionistas, em anos normalizados, deve ficar em:

  • 50% para recompra de ações (buyback); 
  • 50% para a distribuição de JCP (maximização) e dividendos

🔎 Todavia, devido ao atual desconto significativo no preço das ações na comparação com os múltiplos históricos, a B3 tem aumentado a proporção destinada à recompra de ações

À medida que os preços das ações voltem a se valorizar, a expectativa é que a recompra se reaproxime com 50% do total da remuneração aos acionistas. 

Essa distribuição entre recompra e proventos serve para atender a base de acionistas estrangeiros, que preferem a recompra de ações como forma de proventos, e investidores brasileiros, que preferem dividendos (isentos de imposto).